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ESPETÁCULO

‘Ciclone de renas’: estratégia de defesa coletiva transforma rebanho em redemoinho vivo

A coreografia de proteção, que coloca os mais vulneráveis a salvo no centro, é um dos fenômenos mais eficazes e menos estudados do mundo animal.

25 de setembro de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Pável Lvov / Sputnik

Um comportamento curioso das renas tem chamado a atenção de estudiosos e pastores do Ártico. Centenas de renas se movem em perfeita sincronia, formando um redemoinho vivo de pelagens e galhadas, conhecido como “ciclone de renas”.

Este fenômeno comportamental é uma resposta coletiva ao estresse, seja da ameaça de um lobo nas florestas, do manejo humano em currais ou até mesmo pelo incômodo de insetos no verão.

A movimentação, geralmente em sentido anti-horário, pode durar até 12 horas nos dias mais quentes, enquanto o rebanho não encontra tranquilidade. O instinto coletivo faz com que cada indivíduo imite o outro e siga a liderança da rena dominante. Nesse processo, os filhotes permanecem protegidos no centro, enquanto os adultos ocupam as camadas externas da espiral.

Para quem observa de fora, a cena lembra uma coreografia sincronizada, mas trata-se de uma estratégia de sobrevivência. Ao girarem incessantemente, os animais confundem possíveis caçadores: em meio ao turbilhão de corpos, é quase impossível fixar um alvo específico, o que reduz as chances de ataque.

Apesar de ser um comportamento amplamente reconhecido por criadores e comunidades tradicionais do Ártico, o fenômeno permanece pouco explorado pela ciência formal. Um estudo de 2002 apontou que, embora raro em publicações acadêmicas, o “ciclone de renas” é um comportamento recorrente sempre que os animais são submetidos a situações de estresse ou confinamento.

Com rebanhos que podem ultrapassar 20 indivíduos, a “dança em roda” das renas segue sendo uma das manifestações mais enigmáticas e eficientes de defesa coletiva do reino animal.

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