Pesquisas do tipo geralmente são realizadas ao longo de vários dias ou semanas. Desta vez, disse a WWA, seus membros se concentraram apenas na comparação entre o que ocorreu na Espanha desde a terça-feira (29/10) e “estudos meteorológicos históricos”.
Eles examinaram, assim, dados do passado sobre as precipitações em um único dia no sul espanhol para entender como esses eventos evoluíram desde o período pré-industrial, quando a temperatura do planeta era em média 1,3°C mais baixa do que a atual.
Sua conclusão foi de que as precipitações em um único dia nessa região aumentaram à medida que as emissões de combustíveis fósseis elevaram a temperatura do planeta.
Os cientistas afirmaram, desse modo, que “a mudança climática é a explicação mais provável” para a intensidade das precipitações no país europeu, “já que uma atmosfera mais quente pode conter mais umidade, o que provoca chuvas mais intensas”.
Sonia Seneviratne, integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês), disse à reportagem que, embora os achados do estudo não sejam finais, eles são coerentes com as tendências observadas em outras análises reputadas. “O relatório do IPCC também mostra que se espera um aumento das precipitações extremas em nível global”, afirmou.
Na Europa, nas últimas semanas, o estrago havia sido na França, assolada por fortes chuvas. Em setembro, países da Europa Central registraram mais de uma dezena de vítimas em seguidas inundações.
Fonte: Folha de S.Paulo