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DESEQUILÍBRIO

Chuvas estão cada vez mais irregulares em todo o planeta

Essas mudanças têm raízes nas alterações climáticas induzidas pelo homem, diz um estudo de pesquisadores chineses e australianos

27 de julho de 2024
Correio Braziliense
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução/Redes Sociais

As precipitações estão se tornando cada vez mais irregulares, uma percepção de habitantes de todos os continentes. Chuvas intensas ocorrem com maior frequência, enquanto períodos de seca parecem ter duração e gravidade aumentadas. Essas mudanças têm raízes nas alterações climáticas induzidas pelo homem, diz um estudo de pesquisadores chineses e australianos, publicado na revista Science.

A variabilidade da precipitação refere-se à irregularidade no momento e na quantidade de chuva. Quando maior, é distribuída de forma mais desigual ao longo do tempo, resultando em períodos chuvosos mais úmidos e de estiagem mais secos.

Por exemplo, alguns locais podem receber chuvas equivalentes a um ano em apenas alguns dias, ter longos períodos de seca seguidos de fortes chuvas ou alternar rapidamente entre estiagem e inundações. No Brasil, os padrões de precipitação severos registrados no Rio Grande do Sul após meses de baixa umidade são uma amostra disso.

Modelos

Embora os modelos climáticos tenham previsto que a variabilidade aumentará com o aquecimento futuro, o estudo atual confirma que o padrão já emergiu no século passado. Ao analisar dados observacionais, os pesquisadores descobriram que a variação anormal nas precipitações aumentou desde 1900 em mais de 75% das áreas terrestres estudadas.

A variabilidade diária da precipitação aumentou globalmente em 1,2% por década. “O futuro pelo qual estamos ansiosos já está aqui”, comenta Zhou Tianjun, cientista do Instituto de Física Atmosférica, da China, e autor correspondente do estudo. “O aumento da variabilidade na precipitação que observamos acrescenta evidências cruciais de mudanças diárias maiores, dificultando prever e preparar-se para os impactos ambientais”.

Wu Peili, cientista do Met Office, na Austrália, e coautor do estudo, diz que “mudanças rápidas e extremas nos padrões climáticos representam riscos significativos para a resiliência climática da infraestrutura, do desenvolvimento econômico, do funcionamento dos ecossistemas e dos sumidouros de carbono”. Ele observa que medidas de adaptação imediatas são essenciais para enfrentar os desafios.

Fonte: Correio Braziliense

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