No Brasil, a prática de implantar microchip em animais, principalmente cães e gatos, está iniciando. Mas em outros países, muitas vezes esse dispositivo garante o retorno para casa de animais perdidos por décadas. Como no caso de Chance, um cão da raça Staffordshire Bull Terrier, que aos três sumiu da residência de seus tutores, no Reino Unido. A 32 km de casa, ele ia ter sua morte induzida, debilitado já somando 13 anos. Mas quando um veterinário o examinou, em janeiro desse ano, encontrou o microchip com as informações de sua origem.
Heverton L. Fadoni, veterinário responsável pela parte clínica e cirúrgica do Empório Animal, em Cianorte (PR), explica que em alguns estados americanos a legislação obriga criadores, compradores ou adotantes a tal prática. “Caso o animal sofra maus-tratos ou atacar terceiros, o tutor será responsabilizado”.
O chip é estratégico também em situações de sequestros de animais, fatos cada vez mais frequentes inclusive em Cianorte. “É o método mais eficaz para comprovar que o animal é seu, valendo inclusive para fins legais”, explica Fadoni. Nessa semana o “desaparecimento” de um cãozinho custou a seu tutor R$200 de recompensa forçada. “Se não pagassem, sumiriam com o bichinho”, explicou um parente da família.
O microchip, menor que uma ponta de lápis, é uma espécie de Registro Geral do animal. É implantado por médico veterinário. Se aplicado corretamente, permanece em um local padrão, e não se deslocará pelo corpo do animal. “É como se fosse uma injeção, aplica-se no consultório veterinário, sem necessidade de anestesia”.
Heverton explica que muitas pessoas desistem da chipagem quando são informadas que esse não permite localizar o animal por rastreamento de satélite ou modo similar. Para acessar as informações, é utilizada junto ao animal uma leitora óptica, muito parecida com as existentes no comércio de modo geral. O veterinário compara ao período em que as pessoas não davam muito importância à vacinação dos animais, hoje em outro patamar. No seu ponto de vista, se faz necessária uma campanha em massa para que a população, gradativamente, possa aderir à identificação eletrônica.
O custo para chipar um animal é variável, depende também do fabricante. Em Cianorte, pode oscilar entre R$80 a R$120. “Quando é feita a microchipagem, o responsável recebe um certificado com os dados do animal, do veterinário, um selo, uma etiqueta que pode ser colocada na carteirinha de vacinação. Os dados são transpostos em um sistema que forma um banco de dados que pode ser acessado em qualquer lugar”, explica o veterinário.
Em setembro de 2013 a pequena cidade de Terra Boa, com 15.765 habitantes, no noroeste do Paraná, iniciou o “Plano de Ação de Controle Populacional de Cães de Rua”, que castra e identifica os animais.
Fonte: Tribuna de Cianorte