Por Lobo Pasolini (da Redação)
A imprensa internacional relatou esta semana que a China lançou uma proposta de lei para proteger seus animais de maus-tratos. As medidas incluem pena de prisão de até 15 dias para quem comer carne de cachorro e gato, além de multa de algumas centenas de dólares, segundo o Chongqing Evening News.
Na melhor das hipóteses, serão medidas bem-estaristas que talvez representem um pequeno avanço em um país notório pelo tratamento cruel a animais humanos e não humanos.
No mundo ocidental, a notícia de que cães e gatos poderão se livrar do garfo de alguns chineses virá como um sopro de alívio, embora muitos considerem pouco provável que a lei passe e, se passar, que ela seja cumprida.
De fato, antes de celebrar é recomendável muita precaução. A motivação para essa nova medida, pelo menos no que afeta cães e gatos, está mais ligada à ocidentalização da crescente classe média chinesa, que desaprova do hábito de comer esses animais, do que à compaixão. E, junto com a suposta simpatia por essas duas categorias de não humanos, vem um novo apetite por carne de bovino e laticínios. Ou seja, existe o risco de que mais desses animais sejam mortos para atender à demanda, que infelizmente cresce em ritmo chinês. Poupam-se alguns cães e gatos e sacrificam-se milhares de bois e vacas.
Além disso, é provável que essa nova classe média comprará, em massa, animais vindos de criadores. Com isso haverá uma explosão populacional de animais ditos de ‘companhia’ e, como consequência, o abandono. E animais na rua em um país já extremamente populoso só pode significar uma coisa: violência, fome, doença e morte.
Tomara que outras espécies se beneficiem de algum tipo de proteção e que o veganismo cresça no país. Mas é pouco provável que a China se tornará um país gentil com animais do dia para a noite. É melhor aguardar com cautela e olhos abertos o que resultará dessa proposta de lei.
Com informações do China Daily