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LIBERDADE

Chimpanzés explorados em laboratório são enviados para santuário após décadas de sofrimento

21 de abril de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: John Wessels | AFP

Seis ilhas desabitadas no litoral da Libéria são, agora, o lar de mais de 65 chimpanzés que passaram a maior parte de suas vidas sendo torturados e explorados em laboratórios financiados pelos Estados Unidos. Esses grandes primatas fazem parte de um grupo de 400 animais que foram libertados graças a uma ação movida por ativistas em defesa dos direitos animais. Eles foram distribuídos em diversos santuários ao redor do mundo. O grupo liberiano será observado por veterinários, biólogos e especialistas, que avaliarão frequentemente a saúde dos animais.

Foto: John Wessels | AFP

Os chimpanzés são dóceis, assustados e ficam felizes quando ganham bananas e mandiocas. Eles estão aprendendo a confiar nos seres humanos. Todos têm um passado triste e sombrio, mas estão buscando um recomeço, em segurança, em um local que se aproxima ao habitat desses animais. Richard Ssuna, diretor da Humane Society International (HSI), afirma que esses chimpanzés foram submetidos a vivissecções e ficaram profundamente traumatizados. Os testes em primatas na Libéria começaram em 1974 com a justificativa da produção de vacinas para hepatite B.

Foto: John Wessels | AFP

Durante a devastadora guerra civil de 1989-2003 na Libéria, os chimpanzés que eram mantidos em cativeiro foram deixados à própria sorte pelos EUA e quase morreram de fome. Muitos pesquisadores, para não perder as cobaias, usaram os próprios recursos para alimentá-los. Com a insustentabilidade dos programas de experimentação e a pressão feita por ativistas, chegou-se ao consenso que a aposentadoria e libertação dos animais era a melhor saída. As solturas começaram no ano 2.000 e seguem até os dias de hoje, com centenas de chimpanzés sendo realocados.

Foto: John Wessels | AFP

A situação dos chimpanzés ganhou ainda mais repercussão quando os atores Joaquin Phoenix e Ellen Page assinaram e divulgaram uma petição exigindo que os EUA parem de varrer crimes contra animais para debaixo do tapete financiando crueldades em outros países. A Libéria é um dos países mais pobres do mundo, onde 44% da população vive com menos de US$ 1,90 por dia, segundo o Banco Mundial. Muitos chimpanzés explorados pelo programa foram sequestrados por caçadores ainda bebês e vendidos para os laboratórios. Todos sofrem com memórias negativas.

Foto: John Wessels | AFP

Os animais que vivem nas ilhas nunca poderão deixar os locais, pois não conseguem livremente na natureza e precisam de supervisão constante. Eles são alimentados duas vezes por dia e fazem exames mensalmente. Há também um pequeno número de bebês. A HSI planeja vasectomizar os machos para evitar novos nascimentos. Os cuidados continuarão até que todos os macacos nas ilhas morram.

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