Por Dr. Pedro A. Ynterian, Presidente do Projeto GAP Internacional
Em colaboração para a ANDA
Cumprindo uma ordem judicial de “esvaziamento imediato” do Zoológico de Niterói (RJ), o Ibama está tirando hoje (13) os últimos animais que lá restavam, após várias transferências da população de 400 animais, que viviam em situação irregular. A operação está sendo concluída com a retirada do chimpanzé Jimmy, de dois leões e mais de trinta macacos pregos.
Uma equipe do Santuário de Grandes Primatas de Sorocaba está ajudando o Ibama nessa tarefa final de esvaziamento do Zoológico. O Zoonit é um Zoológico da Prefeitura de Niterói, porém, administrado por uma organização particular, que nunca conseguiu fazer os investimentos necessários para regularizar sua situação ante o Ibama. Após várias tentativas de acordos, prometendo realizar as obras necessárias, durante mais de 10 anos, o Ibama decidiu que o Zoológico não poderia continuar funcionando em caráter provisório.
O chimpanzé Jimmy, um dos leões e a população de macacos pregos serão transferidos hoje para o Santuário em Sorocaba, que já têm recintos prontos para recebê-los.
Junto com outras organizações, o GAP vinha tentando tirar o chimpanzé Jimmy de lá – por 10 anos ele morou isolado numa jaula de poucas dezenas de metros quadrados, assediado pelo público – através de um Habeas Corpus, em que seria reconhecido pela Justiça que seus direitos básicos estavam sendo violados. Ele tinha direito de viver com seus iguais, num espaço vital que atendesse suas necessidades, por ser inteligente e sociável, e isso só um Santuário pode lhe proporcionar. A Justiça não atendeu ao pedido, porém, o Ibama já tinha entrado com um processo na Justiça para esvaziar o Zoológico, por falta de condições técnicas, o que agora está sendo efetivado. Jimmy, de todas formas, é um ser que sofreu na vida todo tipo de abusos e foi sempre explorado para entretenimento de um público mal informado.
A partir de agora, Jimmy será dono de sua vida, não terá mais “donos humanos” e dentro do cativeiro poderá gozar da liberdade e possibilidade de socialização com seus iguais que nunca teve em sua triste existência.
