No dia 25 de fevereiro passado, foi montada uma equipe multidisciplinar sob a coordenação do Dr. Miguel Vaudano, Coordenador Adjunto do Projeto GAP para América Latina, para examinar o chimpanzé Hulk, após mais de dois anos da recuperação da visão de um de seus olhos.
A mesma equipe da primeira operação, conduzida pelo eminente oftalmologista, Profº Dr. Walton Nose, acompanhado pelo Dr. Otaviano Magalhães e pela instrumentadora Rosangela Ap. Bonati José, com assistência do Profº Dr. Marcelo Torres, docente de Anestesiologia da USP, e da Dra. Camila Gentile, médica veterinária do Santuário de Sorocaba, realizou a repaginação de Hulk.
Foi realizada uma revisão do olho esquerdo, que tinha sido submetido a uma operação de catarata anteriormente e teve sua visão recuperada. O olho direito, embranquecido, foi examinado, porém não foi possível realizar a vitrectomia do mesmo, devido à opacidade da córnea. O Dr. Walton aconselhou um transplante de córnea, quando for possível, para que Hulk consiga ter visão total em ambos olhos.
Há alguns meses Hulk começou a apresentar um inchaço na parte direita de sua face. Foi feita uma punção e extraiu-se pus de uma infecção localizada que era antiga. Também foi realizado um Raio-X da face, já que suspeitava-se de uma fratura de osso antiga que pudesse ter gerado esta infecção crônica. Foi coletado ainda material para exame bacteriológico e anátomo-patológico.
Ante esta situação inusitada, decidimos organizar o mais rápido possíve um Banco de Córnea, similar ao que existe com humanos, de forma a garantir córneas disponíveis aos que venham a precisar em qualquer um dos Santuários do GAP no Brasil.
Hulk, após a anestesia e revisão de sua visão, estava desesperado para voltar a ficar com Catarina, por quem é profundamente apaixonado. Depois de 24 horas de isolamento para sua integral recuperação, voltou aos braços de sua amada no domingo (26), logo pela manhã, com a infecção da face já sob controle, o que o fará, sem dúvida, sentir-se muito melhor.
Todo trabalho desta equipe multidisciplinar, como na primeira ocasião, que incluiu o traslado de aparelhos de última geração ao Santuário, foi um ato de voluntariado destes médicos que enobrecem a profissão que abraçam. Todos os chimpanzés agradecem este gesto de solidariedade de seus irmãos humanos.
Fonte: Projeto GAP