Por Claudia Doppler (da Redação)
Uma reserva natural sul-africana tomou a medida radical de envenenar chifres de rinocerontes a fim de que pessoas corram o risco de ficar doentes se os consumirem. As informações são do Daily Mail.
A administração da reserva natural Dinokeng, em Gauteng, declarou que tem injetado uma mistura de antiparasitários e uma tinta rosa que não pode ser apagada, para manter os caçadores de rinocerontes à distância.
Nenhum rinoceronte foi morto em Dinokeng desde sua abertura, em setembro de 2011.
Mas, em outro local, mais de 200 rinocerontes foram mortos este ano na África do Sul, fato provocado pela demanda do Oriente, onde pó de chifre de rinoceronte é visto como uma iguaria ou usado na medicina tradicional.
“A tinta é rosa, a mesma usada para marcar cédulas de dinheiro, e isto para fazer com que o chifre de rinoceronte seja identificável”, disse Adri van der Veer, presidente da Associação dos Latifundiários de Dinokeng.
A técnica foi desenvolvida por Charles van Niekerk, veterinário e latifundiário de Dinokeng.
“Como medida adicional de segurança, um microchip também será colocado no chifre do animal a fim de traçar seus movimentos.”
Sabi Sand disse que injetou uma mistura de antiparasitário e tinta rosa que não apaga em mais de 100 chifres de rinocerontes nos últimos 18 meses. (Foto: Daily Mail)
Um aluno da Escola Católica Primária São Camilo, Amogalang Morudu, toca um rinoceronte na reserva Dinokeng, em Pretória, África do Sul. (Foto: Daily Mail)
“As pessoas que estão realizando a operação para nós atualmente aplicaram o processo em mais de 200 rinocerontes nos últimos anos, e nenhum deles foi abatido”, disse Van deer Veer.
O programa, entretanto, não é barato, mas autoridades estão tão confiantes que atrairão mais patrocinadores para o projeto e já estão pensando em expandir a reserva em 40 hectares no próximo ano.
Enquanto a administração da reserva natural Dinokeng se recusa a dizer quantos rinocerontes há no parque, este é o primeiro lugar na província de Gauteng onde os “Cinco Grandes” – leão, leopardo, elefante, búfalo e rinoceronte – podem vagar livremente.
O governo disse, em abril, que 203 rinocerontes foram mortos por caçadores este ano, incluindo 145 no parque Krueger. (Foto: Daily Mail)
O processo de “intoxicação” consiste em tranquilizar o rinoceronte, perfurar seu chifre e, então, injetar a tinta e o antiparasitário.
A substância é usada, normalmente, para controlar carrapatos em animais como cavalos, gado e ovelhas, e é tóxica para humanos. Qualquer um que consumi-la corre o risco de sofrer náuseas, dor de estômago e diarreia.
A tinta pode ser detectada por scanners em aeroportos, mesmo quando o chifre foi transformado em pó.
A South Africa National Parks (SANParks), que é a responsável pela gestão dos parques nacionais sul-africanos, tem apoiado a iniciativa, mas o porta-voz Ike Phaala admitiu que poderia ser “virtualmente impossível” aplicar o processo em todos os rinocerontes dos parques nacionais devido à falta de recursos.
O governo disse, em abril, que 203 rinocerontes foram mortos por caçadores em 2013, incluindo 145 no parque Krueger. Sessenta supostos caçadores foram presos.