No ano passado, falamos sobre esse mesmo assunto. A atriz Juliana Paes foi envolvida em uma polêmica, acusada de usar um adorno de cabeça com penas de uma ave rara da Indonésia. Ela negou e afirmou que a fantasia foi feita com material reciclado.
Mas a questão continua, Carnaval após Carnaval: por que as escolas ainda utilizam produtos de origem natural quando há alternativas sintéticas?
Conforme já contamos antes, por causa de nosso carnaval, o Brasil é um dos maiores importadores mundiais de plumas e penas, que vêm, sobretudo, da África do Sul, China e Índia. Nesses lugares, as aves são criadas especificamente para esta finalidade. Gansos, pavões, patos, avestruzes e faisões são os animais que “fornecem esses produtos” para o mercado internacional.
Crueldade e sofrimento totalmente desnecessários. Já existem alternativas similares – mineral, vegetal ou sintéticas -, que substituem os produtos de origem animal.
Estima-se que 25 toneladas de plumas sejam usadas por ano, para atender a demanda da festa do Rio de Janeiro e de São Paulo. Vendidas por quilo, dependendo da qualidade, seu valor pode variar entre R$ 160 e R$1,2 mil.
As escolas de samba precisam ser mais transparentes para dar o exemplo. Este ano, a Portela, por exemplo, afirmou que suas fantasias foram feitas com plumas artificiais.
Em 2017, a paulistana Águia de Ouro também anunciou que se comprometeria a não mais usar penas ou plumas verdadeiras, de origem animal.
Novamente, ressaltamos: levar para a avenida questões importantes como a preservação ambiental, mas nos bastidores financiar a tortura de animais é, no mínimo, hipocrisia.
Desde 2016, há um abaixo-assinado no site Change.org que pede o comprometimento das Ligas das Escolas de Samba a “substitur as penas naturais pelas sintéticas, sem dor e sem exploração, para um carnaval mais ético, mais justo e mais alegre”.
Fonte: Conexão Planeta