Segundo os especialistas, a partir dos 5 anos, cães e gatos entram na meia idade e, assim como nas pessoas, é o período em que algumas doenças tendem a se manifestar. Para tratá-las logo no início e impedir que evoluam, os exames periódicos são a melhor forma de diagnosticar. “Se os tutores tivessem consciência disso, muitas mortes seriam evitadas porque geralmente quando o animal dá algum sinal físico a doença está bem avançada”, diz a médica veterinária do Hospital Ecoville e mestre em Ciências Veterinárias Fernanda Sari Ferreira. Ela diz que depois dos 7 anos, os exames devem ser feitos com mais frequência: a cada seis meses. Confira os principais, as doenças que eles podem detectar e algumas raças com mais tendência a alguns problemas.
Exame Clínico
Nele o médico veterinário olha desde a pele, para verificar alergias, até olhos, orelhas e mucosas, inclusive a boca, para ver o estado dos dentes. “Muita gente esquece, mas os cães e gatos também precisam de limpeza dentária para tirar tártaros, pois as bactérias podem passar para o resto do organismo”, diz a médica veterinária e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Ana Paula Sarraff Lopes.
Outra parte essencial do exame clínico é ouvir o coração e pulmão para saber se circulação e respiração estão normais. “Estes são os exames básicos nos quais o especialista vai perceber se precisa investigar mais ou não. Depois, para ter certeza se há ou não algo errado, o certo é fazer uma ecografia, exame de sangue e outros exames laboratoriais, como o de urina”, diz Ana Paula.
Hemograma e exame de urina
O exame de sangue serve para detectar principalmente anemia, mas também mostra como anda o sistema imunológico do animal. A quantidade de leucócitos – células de defesa – mostra se ele está com alguma infecção, muitas vezes imperceptível para o tutor e para o médico veterinário apenas com o exame clínico.
Para os cães obesos, Ana Paula diz que é importante ver também no hemograma a quantidade de açúcar e colesterol no sangue assim como checar a diabete, que é observada pelo exame de urina. Nele o profissional vê como estão os rins. “Isso é importante especialmente em raças que têm tendência à insuficiência renal, como o cocker spaniel, lhasa apso, schnauzer e em quase todos os gatos”, explica Fernanda.
Ultrassonografia
Ela detecta tumores pequenos – que não podem ser sentidos por apalpação – , problemas renais, pelo formato e até coloração do rim, e doenças cardíacas pelo tamanho do coração, comum na raça poodle. “A ultrassonografia deve ser feita todos os anos no gato persa, por exemplo, porque é uma raça com tendência à doença”, diz Ana Paula.
Nesse exame também dá para checar a saúde do intestino, o fígado, baço, bexiga e o pâncreas.“Estes órgãos são exemplos típicos de locais que só vão manifestar problemas externos quando a doença estiver muito avançada. Para o schnauzer é importante o tutor pedir ao veterinário examinar especialmente o pâncreas, pois a raça tende a ter inflamação neste órgão.
Fique atento
Muitas vezes o cachorro que parece estar bom, tosse com frequência, principalmente em momentos de agitação. A maioria dos tutores pensa que ele se engasga e não é nada sério, mas os especialistas advertem que é sinal de doença cardíaca ou de colapso da traqueia, que dificulta a respiração do animal.
No primeiro caso geralmente acontece perda de peso e no segundo, ganho. “Em ambos é importante avisar o veterinário durante o exame clínico, pois nem sempre o cão vai tossir neste momento. Na maioria dos casos precisa de tratamento com medicamento”, explica Fernanda.
Fonte: Gazeta do Povo