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Nova chance: após sofrer maus-tratos, cão é adotado e faz família feliz

12 de agosto de 2015
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Scott recomeçou a vida com uma nova família na Capital, após superar maus-tratos e doença (Foto: Victor Chileno)
Scott recomeçou a vida com uma nova família na Capital, após superar maus-tratos e doença (Foto: Victor Chileno)

Diante do portão aberto, o cãozinho Scott não é daqueles que saem correndo para a rua. Pelo contrário, recua para dentro do quintal como quem está apegado à segurança do lar. O animal sem raça foi adotado após histórico de doença e maus-tratos. Não se tem exatidão sobre a idade dele, mas é certo que ganhou uma nova vida. “O que importa é que hoje ele está feliz e fez bem a toda família”, diz o jornalista Fábio Sarzi que há cerca de sete meses adotou o animal.
A trajetória sofrida de Scott é comum à de muitos cães que estão em abrigos de Campo Grande, mas a sorte que ele teve não. As pessoas preferem animais perfeitos e sem histórico de problemas. Fábio soube do cachorro através de amigos. O cãozinho estava com uma família que o resgatou das ruas, mas que não poderia ficar com ele porque já tinha outros animais. O jornalista também já tinha Duda, uma Labradora, de 11 anos, mas queria outro cão. Antes de adotar, ele foi informado que o animal tivera cinomose (doença causada por vírus que pode matar cães) e que cicatrizes das judiações que sofreu ainda eram visíveis pelo corpo. Mesmo assim, não se intimidou, foi até o animal e o tomou para si.
Na ocasião, o cachorro se chamava Bug, nome que foi imediatamente trocado. “Queríamos um novo começo para ele”, relembra. Scott chegou retraído ao novo lar e teve que tolerar a rejeição inicial de Duda. Acostumada a ser o único animal doméstico da família, a cadela brigava com o novo habitante da casa. “Agora, é como se ela o tivesse adotado”, revela Fábio. Com o tempo, Scott provou que faria bem à saúde da veterana Duda, que dava sinais de ociosidade. “Ele a deixa mais ativa. Ela caminha, brinca e se movimenta mais”, valoriza o tutor dos cães. Quando Scott chegou, o tutor sentia que a adaptação exigiria um pouco de paciência, visto que o animal sobreviveu a uma fase de maus-tratos nas ruas.
Hoje, ele vive como qualquer cachorro com menos de dois anos (é o que se supõe sobre a idade dele) e demonstra gostar dos carinhos que recebe. Segurando o cão no colo, Fábio mostra que a única sequela aparente que a Cinomose deixou. A pata esquerda treme o tempo todo, o que não impede as travessuras do cachorrinho. “Ele pega as coisas que estão pela casa, rasga, come os alimentos que estiverem em cima da mesa, assim como sapatos e chinelos que estiverem ao alcance. É muito bagunceiro”, conta Fábio.
Sorte de cão – Scott é um cão de sorte. Em abrigos de Campo Grande, há muitos animais esperando por uma família. Aqueles que tiveram doenças ou têm deficiências físicas em função de acidentes e maus tratos, dificilmente conseguem um lar. “As pessoas querem animais perfeitos. Só quem ama para aceitar algo diferente”, conta a presidente da Ong Cão Feliz, Kelly Macedo. Ele cita dois animais já ofertados pelo abrigo, mas que ainda não conseguiram um lar definitivo. Um é Francisco, um cão preto e peludo, que não tem uma das patas. Não se sabe o que aconteceu ao cachorro, pois, ele já chegou ao abrigo com três patas, há cerca de um ano.
Segundo Kelly, o animal é ativo e brincalhão e está pronto para adoção. Outro que espera por um lar é Max. Ele teve o olho esquerdo furado e só enxerga de um lado. O animal passou recentemente por uma experiência de adoção que não deu certo. “Ele foi levado por uma família, mas brigava muito com os gatos da casa”, relata. Devolvido, Max está novamente à disposição de interessados no abrigo. “Agora, digo logo que ele é alérgico a gatos”, brinca Kelly. A Cão Feliz abriga 75 animais, sendo que 26 estão atualmente em lares temporários e três estão aptos para adoção. O telefone para mais informações é 9268-9882.
Fonte: Diário Digital

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