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CONTAMINAÇÃO

Cetesb multa em R$ 370 mil transportadora e fabricante de corante após desastre ambiental em que animais ficaram azuis em Jundiaí (SP)

Vazamento ocorreu em 13 de maio após uma carreta colidir com um poste, atingindo um córrego e afetando a fauna local. Dois mil litros do material atingiram o local. Multa foi aplicada em 30 de maio.

5 de junho de 2025
6 min. de leitura
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Foto: Regis Rosa/TV TEM

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) multou a fabricante e a transportadora do corante no caso em que um lago e animais ficaram azuis após um acidente em Jundiaí (SP), em 13 de maio. A multa, de R$ 370,2 mil, foi confirmada pela agência nesta quarta-feira (04/06).

O vazamento ocorreu após uma carreta colidir com um poste, atingindo um córrego e afetando a fauna local. Peixes, aves e capivaras apareceram tingidos de azul. A agência lembra que o corante também chegou ao Rio Jundiaí, alterando a coloração da água e gerando alerta em municípios da região.

“A Cetesb realizou ações emergenciais para conter e diluir o produto. Além das multas, o fabricante deverá adotar medidas de segurança para prevenir novos acidentes, incluindo sistemas de contenção e protocolos de carga e descarga, processo que será acompanhado pela companhia”, diz.

Base para a multa

Para multar as empresas, a Cetesb considerou uma lei de 1976. O motivo é o lançamento de cerca de dois mil litros de produto químico corante orgânico denominado Tecron 830L, em galeria de águas pluviais, atingindo córrego e tanque/barramento.

A Cetesb lembro no extrato da multa que a situação “provocou a alteração da qualidade das águas atingidas pela alteração significativa da cor e presença de toxicidade aguda, causando a morte do fitoplâncton e de peixes.

TV TEM questionou as empresas multadas, mas elas ainda não se manifestaram sobre as multas aplicadas pela Cetesb.

Sobre o acidente

Em 13 de maio, uma carreta transportando 2 mil litros de corante colidiu com um poste no bairro Jardim Tulipas. Com a batida, o produto químico acabou escorrendo para o Córrego das Tulipas e tingindo de azul a pelagem de alguns patos e gansos que vivem no local.

O corante é utilizado para tingir embalagens, como caixas de ovos, e tem odor forte. O motorista estava fora do veículo quando o caminhão desceu e atingiu o poste. Equipes ambientais retiraram as aves do córrego.

A Associação Mata Ciliar, entidade que desenvolve diversas ações para a conservação da biodiversidade e que tem parceria com diversas prefeituras da região, fez buscas por capivaras que costumam ficar na área e que também podem ter sido atingidas pela substância.

Ministério Público abriu um inquérito para apurar e acompanhar o caso da contaminação do lago. Além disso, a ocorrência foi registrada no 1º Distrito Policial de Jundiaí como “causar poluição de qualquer natureza”. Uma perícia deve ser feita no local, mas ainda sem data definida.

A Associação Mata Ciliar, entidade que desenvolve diversas ações para a conservação da biodiversidade e que tem parceria com diversas prefeituras da região, informou que três gansos e um pato foram resgatados e passaram por procedimentos de desintoxicação.

Lago drenado

O lago começou a ser esvaziado na última quarta-feira (28/05). A ação tinha como objetivo a recuperação ambiental da área, já que, após o acidente, o nível de terra e sujeira subiu muito. Além disso, a lâmina d’água, que é a parte onde a superfície do lago fica visível, havia reduzido aproximadamente meio metro. Com isso, o corante que ainda estava misturado ao lodo no fundo do lago deverá ser completamente eliminado.

A Unidade de Gestão de Infraestrutura e Serviços Públicos (Ugisp) informou que o esvaziamento do lago do Parque Botânico do Jardim das Tulipas foi feito por equipes da prefeitura que atuam no local para desassoreamento e limpeza.

Com relação aos animais, a prefeitura de Jundiaí informou que todos os peixes remanescentes foram coletados e transferidos para o lago superior do próprio Parque Tulipas, e alguns animais silvestres foram encaminhados à Mata Ciliar.

“As capivaras, que circulavam livremente pela região, deixaram o local naturalmente, já que o parque é uma área aberta. Patos e gansos ainda permanecem sob monitoramento”, garante.

Fonte: G1

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