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Cetáceos

1 de agosto de 2009
16 min. de leitura
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Cetáceos (botos, golfinhos e baleias) e sirênios (peixe-boi) são os únicos mamíferos marinhos que passam sua vida na água.

Cetáceos, do latim cetus, “grande animal marinho”, e do grego ketos, “monstro marinho”, são animais com formas e tamanhos variados, desde os golfinhos, até à baleia-azul, que pode medir cerca de 25 metros de comprimento e é o maior animal marinho. Apesar de viverem no mar, cetáceos são mamíferos e, como todos os mamíferos, respiram ar pelos pulmões, são de sangue quente (endotérmicos) amamentam os filhotes e têm poucos pelos. Atualmente estão reconhecidas 81 espécies de cetáceos. Esses animais atraem o interesse de seres humanos pelo fato de possuírem cérebros grandes e complexos, que podem apresentar a mesma capacidade de aprendizado de primatas – lamentavelmente, esses mesmos humanos estão levando os cetáceos à extinção.
 
25% das espécies de cetáceos estão ameaçadas de extinção

A análise de fósseis de peixes e cetáceos, encontrados ao redor do mundo, demonstra que esses animais surgiram em épocas diferentes. Os peixes tiveram origem há 500 milhões de anos, muito antes de os dinossauros habitarem a Terra, o que ocorreu há duzentos milhões de anos. Segundo especialistas, o antepassado mais antigo dos peixes parece ter sido um pequeno ser em forma de minhoca, chamado “pikaia”, há 540 milhões de anos, descoberto  no Canadá.

Os primeiros fósseis encontrados dos antepassados das baleias e golfinhos datam de 50 milhões de anos.

Peixes e cetáceos possuem ancestrais diferentes e, portanto, linhas evolutivas diferentes. Os cetáceos foram divididos pelos cientistas em dois grupos: os “mysticeti”, que abrangem as grandes baleias de barbas e os “odontoceti”, que abrangem todos os cetáceos que têm dentes, nomeadamente cachalotes, orcas, todos os golfinhos e, ainda, os botos.

Cerca de 25% das espécies de cetáceos estão ameaçadas de extinção, principalmente os golfinhos. Esta é uma afirmação da União Internacional para a Conservação da Natureza – organização internacional fundada em 1948 com sede em Gland, Suíça. Reúne 84 nações, 112 agências de governo, 735 ONGs e milhares de especialistas e cientistas de 181 países, estando entre as principais organizações ambientais do mundo. O estudo divulgado indicou que os maiores problemas estão no risco de colisões com navios, enredamento em redes de pesca, poluição do habitat e perturbações acústicas – por exemplo: sonares – não só os sonares militares, mas também os de vigilância sísmica e mesmo os da própria navegação. Esses ruídos afetam muito os cetáceos, podendo até matá-los. E mesmo que não os matem, afetam sua capacidade de comunicação e afastam-nos, ainda que temporariamente, das suas zonas de alimentação. Além disso, a poluição acústica pode comprometer a comunicação entre machos e fêmeas, impedindo o encontro para o acasalamento. Segundo Francesca Colombo, colaboradora do “Terramérica” (serviço especializado de informação sobre meio ambiente e desenvolvimento, produzido pela Agência Internacional de Notícias Inter Press Service – IPS), os rorquales, chamados genericamente de baleias barbadas da costa da Ligúria, nordeste da Itália, não conseguem mais se comunicar por causa do tráfego diário de navios mercantes que causa ruídos. Os machos emitem determinados sons que atraem a atenção das fêmeas e indicam que estão disponíveis para acasalar. Um estudo do ICRAM, Instituto Central de Pesquisa do Mar, com sede em Roma, feito entre 1999 e 2003, confirmou que o golfo de Gênova e o Tirreno do norte estão entre as zonas marinhas mais ruidosas do mundo devido à navegação, especialmente mercante. A cada ano passam por ali cerca de 300 navios tanque, levando para o norte da Europa aproximadamente 18 milhões de toneladas de petróleo e seus derivados. O ICRAM gravou 16 mil horas do “canto” dos cetáceos, através de dezoito artefatos com microchips à profundidades de 600 a 2.000 metros, e descobriu que diariamente o tráfego de embarcações interrompia 97% dessas mensagens. 

Origem

A origem e a evolução dos cetáceos ainda é controvertida. Imagens obtidas pela “National Geographic” do interior dos úteros de um golfinho fêmea e uma elefanta sugerem que o habitat originário da primeira espécie foi a terra, enquanto o dos elefantes teria sido o mar. Trata-se de uma conjetura que já existia, mas as imagens captadas pela NatGeo formulam interessantes questões. Por exemplo, porque os fetos dos golfinhos desenvolvem “patas” que depois desaparecem; ou por que os fetos dos elefantes têm condutos em forma de rim/ril como os peixes e rãs.

Segundo Ernst Haeckel (anatomista alemão do século XIX, discípulo de Darwin), em sua “Teoria da Recapitulação”, qualquer animal, em seu desenvolvimento embriológico, tende a repetir ou recapitular a sequência que seus ancestrais seguiram durante a evolução. E, no desenvolvimento humano intra-uterino, as etapas percorridas são muito semelhantes aos peixes, répteis e mamíferos não primatas, antes de nos tornarmos seres humanóides (na fase de peixe, existem até fendas branquiais, que são inteiramente inúteis para o embrião, uma vez que ele é nutrido através do cordão umbilical). A razão da “recapitulação” pode ser compreendida da seguinte forma: a seleção natural age somente sobre os indivíduos, e não sobre a espécie – e pouco sobre óvulos ou fetos. Peixes, répteis cetáceos e humanos podem ter origens entrelaçadas.

Reconstrução de um “pakicetus”. Ilustração da autoria de Carl Buel
 
Reconstrução de um “pakicetus”. Ilustração da autoria de Carl Buel – retirada de http://www.neoucom.edu/Depts/Anat/Thewissen/whale_origins/whales/Pakicetid.html.

Talvez a descoberta mais significativa para a compreensão da evolução dos cetáceos tenha sido a dos “pakicetidae”. O paleantólogo que descobriu um dos primeiros crânios desta família declarou que, inicialmente, o encarou como um crânio típico de um “creodonte” (ancestral dos atuais cães, gatos, ursos, etc.. animais que possuem coxins plantares).

Este fóssil foi encontrado em 1983 no deserto do Paquistão, juntamente com um grande número de fósseis de mamíferos terrestres. Era a primeira evidência concreta que indicava que os cetáceos tinham tido a sua origem em animais terrestres.

Análises de ADN mitocondrial (passado pela mãe) dos atuais representantes dos cetáceos, permitem apontar que são parentes próximos dos hipopótamos.

Cetáceos

– Botos:

O boto é um mamífero da ordem cetácea, nativo da Amazônia e das costas dos Oceanos Atlântico e Pacífico, parecido com um golfinho, mas com o bico arredondado. Existem dois tipos de botos na Amazônia: o rosado e o cinzento, sendo de diferentes espécies com diferentes hábitos.

Os botos são mamíferos vivendo exclusivamente em ambientes de água doce, sendo considerados por alguns zoólogos como as espécies atuais mais primitivas de golfinhos.

Os botos estão perigosamente ameaçados de extinção, sobretudo porque “competem com os humanos por recursos de água doce, que estão diminuindo”, declarou Jean-Christophe Vié, diretor-adjunto do Programa de Espécies da “União Internacional para a Conservação da Natureza”.

Algumas espécies de botos (golfinhos e baleias também) estão tão ameaçadas que podem estar extintas em dez anos, segundo cientistas. Toda a docilidade e a confiança dos botos nos seres humanos são também a sua sentença de morte. Eles são alvos fáceis para pescadores, que os matam para fazer iscas de sua carne para a pesca da “piracatinga”, cuja carne é totalmente exportada para a Colômbia, onde é apreciada como alimento por humanos (!). A “piracatinga” é um peixe necrófago (se alimenta de animais mortos) e é atraída pelo cheiro forte da carne do boto, por causa de seu alto teor de gordura (isso acontece também com o jacaré, mesmo sendo essas duas espécies protegidas por lei, e essa pescaria ser ilegal).

Os botos também são caçados para a retirada de sua gordura para utilização como óleo de lanternas, e seus olhos e genitais para a confecção de inacreditáveis e supersticiosos patuás para a “conquista” do “amor” (?). Outras ameaças sérias ao boto são enredamento nas redes de pesca, poluição dos rios, e a destruição do seu habitat natural. Essas ações insanas e cruéis estão tornando a espécie em extinção.

O boto, é personagem de uma lenda na região norte do Brasil, geralmente contada, para justificar a gravidez fora do casamento.

“Diz-se que, durante as festas juninas, o boto rosado aparece transformado em um rapaz elegantemente vestido de branco e sempre com um chapéu para cobrir a grande narina que não desaparece do topo de sua cabeça com a transformação.
Esse rapaz seduz as moças desacompanhadas, levando-as para o fundo do rio, e em alguns casos engravidando-as. Por essa razão, quando um rapaz desconhecido aparece em uma festa usando chapéu, pede-se que ele o tire, para garantir que não seja um boto.

No norte do Brasil, quando uma mulher tem um filho de pai não identificado, costuma-se dizer que a criança é ‘filho do boto’. 
 
– Golfinhos:

Também chamados de “delfins”, os golfinhos são mamíferos perfeitamente adaptados para viver no ambiente aquático, podendo mergulhar a grandes profundidades, se alimentando de peixes e de lulas. A designação “golfinho” é aplicada às espécies com um focinho alongado e em forma de bico, com um corpo elegante. Os golfinhos vivem em todos os Oceanos, à exceção das águas frias dos Pólos. Habitam também os mares e os golfos do México e da Califórnia. Apesar de seu habitat natural ser o mar, cerca de uma dúzia de espécies de golfinhos vive em rios. Entre essas, existe uma espécie, o golfinho do Ganges (rio da Índia), que é completamente cega, devido a água desse rio ser extremamente poluída e lamacenta.

Existem trinta e sete espécies conhecidas de golfinhos, dentre os de água salgada e água doce. Podem viver de vinte e cinco a quarenta anos e as fêmeas dão à luz a um filhote de cada vez (gravidez de doze meses). Vivem em grupos, são animais sociáveis, tanto entre eles, como com outros animais , inclusive humanos.

O cérebro dos golfinhos supera o cérebro humano em muitos aspectos. A complexidade do córtex cerebral dos golfinhos é enorme. O número de neurônios é 50% maior que o do homem.  O cérebro humano adulto pesa cerca de 1450 gramas e o do golfinho cerca de 1700 gramas. 

 A palavra “córtex” significa “casca” em latim – o córtex é a camada mais externa do cérebro. Em mamíferos superiores (como humanos, primatas e cetáceos), o cérebro tem uma superfície irregular, cheia de áreas mais protuberantes (chamadas de giros), intercaladas com pequenos vales (chamados de sulcos) e que dão a aparência enrugada ao cérebro. Dentre as funções do córtex estão a capacidade de raciocínio e a formulação de abstrações como a matemática, a música, e outras artes.

Os golfinhos apresentam um grande desenvolvimento psíquico, e sua inteligência é comparável ou maior à dos primatas. Os golfinhos apresentam um grau de inteligência similar à de seres humanos, mas ainda existem diversos estudos em andamento para comprovar e quantificar esses níveis de inteligência.  O cérebro grande e evoluído dos golfinhos pode ser consequência das necessidades de comunicação em baixo da água e para usarem o sonar com precisão.

 Mesmo sendo inteligentes e sociáveis, ainda assim estes incríveis mamíferos continuam sendo perseguidos e mortos. O Japão caça golfinhos para alimentação, no Brasil (no Amapá e Pará) ainda em alto mar os golfinhos mortos são vendidos e transferidos para outros barcos. A carne vai servir de isca para a pesca de tubarões – tubarões também estão correndo risco de extinção: são alvos do “finning” por suas barbatanas, utilizadas na culinária chinesa (seguida por vários países) para sopas, e seu fígado, rico em óleo. O “finning” é uma prática de pesca cruel, insensível e covarde, na qual o tubarão é capturado, suas barbatanas e nadadeiras cortadas e o animal jogado de volta ao mar, muitas vezes vivo, mas mortalmente mutilado, o tubarão afunda para morrer sangrando, comido por outros peixes ou para apodrecer no fundo do mar.

Partes de golfinhos podem ser encontradas em mercados, como o “Ver-o-Peso”, em Belém, no estado do Pará: os dentes são usados em bijuterias e os olhos viram pequenos amuletos mórbidos vendidos ilegalmente. Na Dinamarca, em Dantesque, Ilhas Faroe, há um bárbaro costume de matança de golfinhos, para “assinalar” a passagem de jovens humanos à idade adulta, num ritual inútil, sangrento e perverso. É de uma atrocidade absoluta. Que vergonha esta monstruosa e selvagem cena, para um país supostamente civilizado e membro da União Européia.

“Durante muitos anos os seres humanos carregaram consigo a ilusão de serem a única espécie inteligente do planeta. Os achados da ciência têm demonstrado que animais marinhos, como golfinhos e baleias podem ter uma inteligência diferente da nossa, mas ainda assim brilhante. A descoberta mais recente foi a de que os golfinhos chamam uns aos outros por nomes próprios. Cientistas da “Universidade St. Andrews”, na Escócia, gravaram os chamados dos golfinhos e alteraram o timbre por computador. Depois colocaram o chamado na água. Dos catorze animais pesquisados, nove responderam. Isso significa que eles reconhecem não só o timbre da mensagem, mas também seu conteúdo, no caso, seu nome. Uma pesquisa anterior, de 2001, realizada na “Universidade de Columbia”, nos EUA, revelou que os golfinhos também são capazes de reconhecer seu reflexo no espelho. Essa imagem dos golfinhos como seres inteligentes remonta à Antiguidade Clássica. No livro “Ecologia e Biomidiologia”, Flávio Calazans conta que Ulisses, o herói grego que idealizou o cavalo de tróia tinha como brasão um golfinho, o que demonstra que para os helênicos esses animais representavam a inteligência e a esperteza. Foi também entre os gregos que surgiu o primeiro relato de um homem salvo pelos golfinhos. Airion estava em um navio, indo de Corinto para a Sicília quando marinheiros roubaram seu ouro e o jogaram no mar. Um golfinho o levou nas costas até a praia, salvando sua vida. Existem diversos relatos a respeito de golfinhos que enfrentaram tubarões para salvar humanos e na Amazônia fala-se que durante os naufrágios os botos aparecem para ajudar a salvar as vítimas. Nas lendas amazônicas, o boto é sempre mostrado como inteligente e sensual.

O neurologista norte-americano John Lilly realizou diversas pesquisas com golfinhos e ensinou um casal a falar trinta palavras em inglês, combinando verbos, pronomes e substantivos. Em uma das experiências, Lilly falou para o macho: “Joe, fundo piscina, disco plástico, trazer caixa boiando”. Joe desceu e escolheu um entre os dois discos plásticos e o colocou na caixa que boiava. Lilly descobriu que esses animais também têm ética e um sentimento de grupo avançados. Quando um golfinho é ferido, todo o grupo, retarda a velocidade e alimenta o ferido, até que ele fique curado”. http://ivancarlo.blogspot.com

– Baleias:

Como os golfinhos, baleias possuem cérebros grandes, estruturalmente complexos, e inteligência comprovada. O cérebro das baleias, notadamente, das baleias jubarte, possui maior quantidade de circunvoluções (o que dá o aspecto “enrugado”) do que o cérebro humano. Aparentemente, portanto, a estrutura dos cérebros das baleias é capaz de permitir-lhes possuir o processo de informação abstrata e a integração de habilidades. Também são capazes de realizar processos mentais complexos, como recursos de comunicação. Existem várias evidências de que baleias possuem a habilidade de se comunicar em função de uma variedade de propósitos. A certeza de que as baleias jubarte são realmente inteligentes é comprovada pelas observações de campo de inúmeros pesquisadores. Inteligência possui vários significados – habilidade para aprender, pensar rapidamente ou entender e solucionar problemas.

Foram estudadas características estruturais do sistema nervoso para medir a inteligência em cetáceos. Muitos estudos em mamíferos terrestres e cetáceos foram feitos no córtex cerebral – essa capa exterior (córtex) é muito desenvolvida, o que pode indicar inteligência animal.

Alguns cetáceos, como as baleias, transmitem respostas complexas rapidamente em ambientes variáveis.

As baleias jubarte possuem um tipo de célula cerebral que só é encontrada em seres humanos, nos grandes símios e em outros cetáceos como os golfinhos, afirmaram pesquisadores norte-americanos. Isso pode significar que essas baleias são mais inteligentes que o que se imaginava, e sugere que as bases para o surgimento de cérebros complexos ou evoluíram mais de uma vez ou acabaram não sendo usadas pela maioria das espécies animais, disseram os cientistas. Fósseis de alguns cetáceos indicam que seus cérebros tornaram-se grandes muito antes do aumento em tamanho do cérebro humano. A descoberta pode ajudar a explicar alguns comportamentos observados nas baleias, como sua comunicação complexa, a formação de alianças, a cooperação, a transmissão cultural e o uso de ferramentas, afirmaram os pesquisadores na publicação “The Anatomical Record”. Patrick Hof e Estel Van der Gucht, do “Departamento de Neurociência da Faculdade de Medicina Mount Sinai”, em Nova York, estudaram os cérebros das baleias jubarte e descobriram uma célula chamada neurônio fusiforme no córtex, em áreas comparáveis às áreas em que eles são observados nos seres humanos e nos grandes símios. Os neurônios fusiformes provavelmente apareceram inicialmente no ancestral comum dos hominídeos, dos seres humanos e dos grandes símios, há cerca de quinze milhões de anos, afirmaram os cientistas – eles não existem nos gibões e nos macacos. http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,AA1365495-5603,00.html

Alguns países são a favor da permissão para a caça indiscriminada de baleias. O Japão, em especial, tem pressionado a “Comissão Baleeira Internacional” para que lhe seja permitido abater baleias corcundas comercialmente. Apesar da moratória à caça comercial vigorar desde 1986, o Japão possui uma cota de “captura científica” (?) na Antártida que atinge cerca de mil baleias por ano. O governo japonês reconhece que a atividade resulta na venda de cinco mil toneladas de carne de baleia ao ano no país. Japão e Islândia caçam baleias para o consumo de sua carne. Tsuyoshi Iwata, diretor-assistente da Divisão Oceânica da Agência de Pesca do Japão, usa vários argumentos para justificar a intenção do país de voltar a caçar comercialmente. Diz que é preciso matar animais “para pesquisa” (?) e que a importância da carne de baleia na dieta local tende a aumentar. “Nós temos tradição de comer carne de baleia. E, no futuro, esse uso deve ficar ainda mais importante em razão da crise mundial de alimentos”, diz Iwata, lembrando que o Japão importa muitos alimentos. Mas muitas nações são contra a permissão para o abate desses grandes mamíferos e se recusam terminantemente a fazê-lo, com destaque para a Austrália e os Estados Unidos.

No Brasil a captura e perseguição a qualquer animal, sem a devida autorização dos órgãos competentes, é proibida. Para os cetáceos existem ainda outras medidas jurídicas de proteção:

– Portaria nº N-011, de 21 de Fevereiro de 1986:
“Proibir, nas águas sob jurisdição nacional, a perseguição, caça, pesca ou captura de pequenos Cetáceos, Pinípedes e Sirênios.”

– Lei nº 7.643, de 18 de Dezembro de 1987
“Fica proibida a pesca, ou qualquer forma de molestamento intencional, de toda espécie de cetáceo nas águas brasileiras.”

– Portaria nº 2.306, de 22 de Novembro de 1990
“Fica proibido qualquer forma de molestamento intencional a toda espécie de cetáceo nas águas jurisdicionais brasileiras.”
 
Perto do templo mais famoso de Tóquio, o “Asakusa Kannon”, uma loja chama a atenção: tem uma das paredes coberta pela pintura de uma baleia e as prateleiras estão repletas de latas de diferentes tipos – todas contêm carne do maior animal marinho. Uma baleia azul de pelúcia enfeita o local, além de inúmeros souvenires desses mamíferos em miniatura…

Fonte: Folha Online

Obviamente a humanidade está em profunda dívida com os animais, pois os tem escravizado, torturado, humilhado e destruído através dos séculos, gerando danos e dor.

A caça, a contínua perseguição e insensibilidade em relação aos cetáceos é uma prova da recusa humana em lidar com a própria história de covardia e crueldade. Para avançar como espécie o ser humano deve aprender a respeitar a Terra, as demais espécies e a própria espécie.

A perversa capacidade de dominar, matar e desvalorizar necessidades de outras espécies deve ser tratada, curada com amor incondicional. A defesa dos direitos, da dignidade e da vida dos animais constitui o mínimo que podemos fazer diante de nosso enorme débito com esses seres.

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