Em McBride, uma pequena cidade na Colúmbia Britânica, no Canadá, uma cervo-mula foi vista usando uma jaqueta de alta visibilidade, com zíper fechado e ajuste perfeito. O fato, que poderia parecer uma curiosidade, revela uma interferência humana que pode ser prejudicial à vida selvagem.
O avistamento ocorreu no último domingo, quando Andrea Arnold, jornalista do Rocky Mountain Goat, dirigiu pelos arredores nevados da cidade. Ela consegue a velocidade ao notar o animal na beira da estrada, usa uma jaqueta de forma impecável. Após a fotografia, Arnold publicou imagens nas redes sociais, desencadeando uma enxurrada de reações. Enquanto alguns enxergaram uma suposta “boa intenção” na tentativa de atenção a acidentes, outros se preocuparam com o risco de vestimenta causar estresse ou danos.
A questão que paira sobre o episódio é: quem interferiu no curso natural da vida deste cervo e com qual objetivo? Apesar das especulações, nenhuma pista ou responsável foi identificado.
Autoridades locais, como o sargento Eamon McArthur, alertam para os danos potenciais dessas ações. “Tratar a vida selvagem como doméstica, mesmo com algo aparentemente inofensivo como vestir um animal, é fortemente desencorajado”, afirmou. Ele destacou ainda que a legislação proíbe qualquer ato que possa causar sofrimento aos animais silvestres, incluindo vestir ou manipular esses seres.
A interferência, embora possa parecer trivial, sublinha um comportamento antropocêntrico nocivo, que reduz animais a objetos de curiosidade ou experimentação. Essa visão desrespeita a senciência dos animais e ignora os impactos de tais práticas, que podem desencadear pânico, acidentes ou até a morte.
Enquanto as equipes de conservação procuram localizar o cervo para avaliar possíveis riscos, surge outro dilema. A sedação, necessária para a remoção da jaqueta, pode ser fatal devido à miopatia de captura, uma condição comum em cervos submetidos a alto estresse.
Andrea Arnold resumiu o sentimento de muitos ao afirmar: “É surpreendente que alguém tenha conseguido vestir o cervo sem ferir a si mesmo ou ao animal. No entanto, essa prática é completamente prejudicial e perigosa para a vida selvagem”.
O caso do cervo de McBride é um lembrete contundente da importância de respeitar a vida selvagem em sua plenitude, sem interferências que satisfaçam a curiosidade humana aos cuidados do bem-estar dos animais. Esses seres que deveriam viver livres em seus habitats, não podem ser reduzidos a meros instrumentos de entretenimento ou experimentação.