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Cerca de cem milhões de animais marinhos morrem cada ano por poluição de plásticos no oceano

9 de junho de 2016
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Sea Turtle entangled in fishing gear. Greenpeace activists onboard the Rainbow Warrior found the Turtle in the Mediterranean Sea north of Lybia, and freed it. The Rainbow Warrior is in the mediterranean for a three month expedition "Defending Our Mediterranean". Greenpeace is calling for the creation of marine reserves in the Mediterranean sea, as part of global network coverig 40% of our seas and oceans.
Divulgação

O projeto Biodiversidade, no Sal, assevera que cerca de cem milhões de animais marinhos morrem cada ano, devido à poluição por plástico no oceano, provocada pela produção de igual cifra de toneladas de lixo nos mares.

Berta Remon, representante desta ONG, explicou no âmbito do Dia Mundial dos Oceanos, assinalado a 8 de Junho, explicou que 80 por cento destes plásticos procedem do continente, levado das zonas costeiras ou fluem até o mar através de rios e ribeiras, com as chuvas.

“A poluição mundial tem causado drásticas reduções nas populações de muitas espécies. Mais e mais plástico são produzidos e depositados no oceano anualmente. 80% destes plásticos procedem do continente, levado das zonas costeiras ou fluem até o mar através de rios e ribeiras, com a chuva”, referiu.

Explicou que estes plásticos afetam as espécies marinhas através da ingestão dos detritos, a incorporação de componentes tóxicos à cadeia trófica, passando e acumulando-se nos diferentes níveis tróficos (do peixe pequeno ao peixe grande), a até chegar aos humanos”.

Segundo a representante do projeto Biodiversidade, as tartarugas, enquanto espécies marinhas, sofrem os efeitos desta poluição, uma vez que são especialmente susceptíveis a danos pela ingestão de detritos marinhos devido à sua estrutura anatômica.

“As tartarugas normalmente ingerem os detritos marinhos por engano, ao confundi-los com o seu alimento. Entre os detritos mais comuns que se encontram nos seus estômagos destacam-se as bolsas de plástico e redes de pesca”, disse em tom de lamento.

Acrescenta, porém, que a ingestão não é a única causa de mortalidade entre as tartarugas, que muitas vezes ficam presas nos detritos e morem por asfixia, ao não conseguirem chegar à superfície para respirar, mas também o contacto com substâncias tóxicas, as quais afetam o sistema imunitário das tartarugas, que adoecem, enfraquecem e morem.

“No Sal, cada ano temos casos de tartarugas que chegam à costa à deriva, mortas por causa da ingestão de plástico ou por asfixia. Algumas vezes, se a lesão não é muito grave, ainda somos capazes de retirar os detritos que obturam o tubo digestivo ou emaranhados nas barbatanas, conseguindo sobreviver. Mas lamentavelmente, apenas uma minoria consegue resistir-se”, disse.

“O oceano não é apenas aquele mar azul bonito que nos rodeia e do qual usufruímos os seus bens. O oceano nos sustenta, e especialmente um país como Cabo Verde, dependemos dele para a nossa subsistência e nossa saúde. O nosso comportamento, hoje, irá afetar, no futuro, os recursos que dele obtemos. Mas ao ritmo que os seres humanos têm estado a explorar e sujar o oceano, este “futuro” cada vez é mais próximo”, acautelou.

Assim, no momento em que se assinala mais um dia Mundial dos Oceanos, Berta Remon apela à consciência e responsabilidade de todos na procura de soluções sustentáveis das atividades humanas, já que, conforme disse, há muitas maneiras de explorar os recursos do oceano sem agredir o ambiente e suas espécies.

Fonte: Infor Press

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