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Cerca de 90 por cento dos últimos lêmures de Madagáscar podem ser extintos

1 de março de 2016
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Tambako the Jaguar
Foto: Tambako the Jaguar

Madagáscar, a quarta maior ilha do mundo, é o lar de 107 espécies de lêmures. A maioria destes lêmures pode ser encontrada apenas na ilha africana, mas uma primatologista proeminente adverte que os lêmures de Madagáscar estão em grande perigo.

Não há nenhum lugar como Madagáscar no planeta, então não é nenhuma surpresa que tantas espécies de lêmures sejam endêmicas à ilha. Há florestas, savanas, estepes, rios, lagos, pântanos, mangues, terras áridas e recifes, mas há também uma destruição desenfreada.

De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica, 80 por cento da cobertura florestal da ilha desapareceu e até mesmo um hectare perdido tem um enorme impacto no meio ambiente por causa das altas taxas de plantas e animais endêmicos do país. Esta destruição ambiental também fere as pessoas – 18 milhões de pessoas contam com essa rica biodiversidade para subsistência (80 por cento dos habitantes são completamente dependentes dos recursos naturais).

Lêmures dependem 100 por cento dos recursos naturais e mais de 90 por cento dos lêmures de Madagáscar estão à beira da extinção, informa a CNN. O primatologista Jonah Ratsimbazafy adverte que “não resta muito tempo” para salvar as 24 espécies de lêmures criticamente ameaçadas de extinção.

De acordo com a CNN, Ratsimbazafy explica que as alterações climáticas e a atividade humana estão prejudicando os lêmures. Ratsimbazafy diz que a ilha “está sangrando. Porque a floresta é foi destruída, o solo, erodido e o que aconteceu é que: ninguém pode sobreviver.” Segundo o primatologista, 30.000 hectares de floresta tropical da ilha desaparecem todos os anos. Neste ritmo, as florestas de Madagáscar – habitat dos lêmures – irão desaparecer em 25 anos, adverte Ratsimbazafy.

Conheça as três espécies de lêmures mais ameaçadas

1. Grande lêmure-de-bambu

A Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) classifica o grande lêmure-de-bambu como criticamente ameaçado, ou há um passo da extinção. A agricultura, a extração ilegal de madeira, a mineração, a retirada de bambu e a caça (este é o lêmure mais caçado no sul) são responsáveis pelo declínio da população de lêmures. Estima-se que a população tenha diminuído 80 por cento ou mais ao longo de três gerações. Além disso, os lêmures estão severamente dispersos.

2. Lêmure-do-alaotra

De acordo com a Lista Vermelha da IUCN, a população de lêmures-do-alaotra diminuiu 80 por cento ou mais ao longo de três gerações, ou seja, nos últimos 24 anos. As espécies criticamente ameaçadas estão severamente dispersas e suas populações continuam a diminuir. A conversão de pântanos em campos de arroz, que muitas vezes envolve a queima, é o maior responsável pelo declínio do lêmure-do-alaotra. Ademais, esses lêmures também são caçados para consumo ou para se tornarem animais domésticos.

https://youtu.be/4Z8e6cze3ok

3. Indri

A população criticamente ameaçada de lêmures indri foi reduzido de 80 por cento ou mais ao longo de três gerações, ou 36 anos, de acordo com a IUCN. O indri também está severamente disperso e a tendência da população para a espécie está diminuindo. As principais ameaças para este lêmure são a agricultura, a exploração madeireira e a produção de lenha. Houve também um aumento da caça deste lêmure. O indri costumava ser protegido por fadys (ou tabus culturais tribais), mas a imigração e “a erosão cultural” estão tornando a caça de lêmures para o consumo e a produção de peles mais aceitável.

Para proteger os lêmures, uma petição foi criada com o intuito de pressionar o governo de Madagáscar a investir em medidas preventivas para evitar a extinção.

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