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EM RISCO

Cerca de 60 espécies de animais e plantas estão a apenas um ciclone da extinção

Estudo mapeia regiões insulares mais atingidas por tempestades extremas e alerta que sem medidas urgentes dezenas de espécies desaparecerão.

5 de junho de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Bahama Nuthatch (Sitta insularis), ave extinta após a passagem de dois fortes ciclones nas Bahamas. Foto: Universidade de East Anglia (UEA)

Um novo estudo revela que ciclones tropicais devastadores estão colocando em risco crescente de extinção espécies únicas que vivem em ilhas isoladas. Pesquisadores alertam que cerca de 60 animais e plantas podem desaparecer com a chegada de uma única tempestade, exigindo ações urgentes de proteção.

Para um pequeno pássaro que habitava as florestas das Bahamas, o bahama nuthatch (Sitta insularis), um furacão representou o fim. A espécie já havia demonstrado resiliência diante da força destruidora da natureza. Em 2016, após a passagem do furacão Matthew pela ilha de Grand Bahama, acreditava-se que eles tivessem sido extintos. No entanto, em 2018, duas expedições independentes confirmaram a sobrevivência de dois pássaros em pequenos fragmentos de floresta.

Porém, essa resistência teve um fim trágico. Em 2019, o furacão Dorian, um dos mais devastadores já registrados no Atlântico, varreu as Bahamas com ventos acima de 300 km/h e uma tempestade catastrófica. Desta vez, o habitat remanescente do bahama nuthatch foi completamente arrasado, e nenhum indivíduo foi avistado desde então.

Desde então, pesquisadores mapearam todos os ciclones intensos (com ventos acima de 200 km/h) desde 1972 e calcularam quantos deles atingiram hotspots de biodiversidade. Para surpresa deles, descobriram que três quartos desses ciclones atingiram hotspots compostos inteiramente por ilhas, e 95% deles atingiram repetidamente as mesmas cinco regiões: Japão, Polinésia-Micronésia, Filipinas, Madagascar e ilhas do Oceano Índico, e ilhas do Caribe.

Consultando a lista vermelha de espécies ameaçadas, os pesquisadores relatam, no periódico Biological Conservation, que existem 60 espécies vulneráveis a tempestades que habitam uma única localidade em uma única ilha. Intensificar os esforços de proteção para essas espécies é essencial se não quisermos que o próximo ciclone tropical intenso seja o seu fim.

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