Aproximadamente 500 veados e javalis foram mortos em um único dia por um grupo de caçadores que pagou ingressos no valor de 1 mil euros (cerca de R$ 6 mil) parar assassinar e filmar os animais agonizando. A chacina ocorreu em um evento de caçada comercial em uma propriedade privada em Los Posteruelos, em Villaviciosa de Córdoba, na Espanha.
Cada caçador ganhou o direito de levar o animal morto e as filmagens do evento. Ativistas em defesa dos direitos animais classificam o ato como uma “orgia de sangue e morte”. Cada caçador matou até sete animais. Nesses locais, os animais são criados em cativeiro exclusivamente para o lucro dos seus algozes ou retirados na natureza com armadilhas.
Orgulhosos, os assassinos divulgaram as imagens em redes sociais, mas não serão punidos, pois o ato não é ilegal no país. Entidades em defesa dos animais afirmam que é covarde e cruel matar animais encurralados, pois não há nenhum tipo de glória ou vitória em massacrar animais indefesos sem nenhuma perspectiva de fuga.
Infelizmente, não é a primeira vez que um evento de caça do mesmo porte aconteceu em Córdoba. Em 2019, 413 animais foram mortos por 76 caçadores. Os príncipes William e Harry já participaram de caças ao javali em Córdoba como convidados do falecido duque de Westminster. Os irmãos voaram em 2014 para Finca La Garganta, uma das maiores e mais exclusivas propriedades de caça da Europa Ocidental.
A caça de veados e javalis ocorre de forma irrestrita na Espanha durante todo o ano. A morte dos animais é, inclusive, incentivada para o “controle populacional” dos animais, considerados “pragas”. Além de touradas, a Espanha pé frequentemente alvo de denúncias de crueldade contra animais.
Recentemente, ativistas denunciaram mortes em massa de galgos no final da temporada de caça. Cães foram jogados em poços, amarrados a trilhos de trem ou despejados em estradas movimentadas. Os animais são descartadas para que os tutores não precisem pagar por comida para mantê-los vivos após o término da temporada.
Ativistas estimam que a Espanha tenha 200.000 galgueros registrados, que possuem até dez cães cada, e que até 50.000 galgos são abandonados no final de cada temporada. ONGs lutam para lidar com o fluxo de animais sem lar, deixados à própria sorte, ao mesmo tempo que investem em campanhas educativas para coibir os maus-tratos.