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Cerca de 500 cães são resgatados em matadouro na China

19 de abril de 2020
4 min. de leitura
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Foto: Humane Society International

Cerca de 500 cachorros foram encontrados em um matadouro subterrâneo ilegal na província de Henan, na China. Imagens divulgadas pelo MailOnline mostram os cães assustados, encolhidos em pequenas jaulas e feridos. Ativistas acreditam que os cachorros encontrados no local foram sequestrados de seus tutores e seriam mortos e vendidos a restaurantes.

A operação foi realizada no dia 03 de abril e segundo dados da organização Humane Society International (HSI), o total de 423 cães foram salvos. Equipes de resgate transportaram os 25 cachorros em estado mais grave para Pequim para receberem tratamentos em um abrigo da HSI e seu parceiro chinês, a ONG Vshine.

Foto: Humane Society International

A operação de resgate foi montada após denúncias realizadas à polícia de Henan por ativistas em defesa dos direitos animais e tutores cujos animais foram sequestrados por traficantes de animais. Além da HSI e da ONG Vshine, a Associação de Proteção Animal de Zhengzhou também participou da ação.

Uma porta-voz da HSI afirma que este tipo de operação é comum no país. “Esta é uma história típica na China: tutores em busca de seus animais perdidos, internautas se mobilizando para ajudar, ativistas em defesa dos animais buscando apoio e cães encarcerados em matadouros em um pesadelo profundo”, disse.

Foto: Humane Society International

O representante da organização afirma ainda que reencontros entre cães e famílias ainda levarão algum tempo. “É muito cedo para dizer se algum dos cães resgatados será um animal desaparecido que está sendo procurado, mas a maioria dos cães salvos com certeza já foi companheiro de alguém”, aponta.

Veja o vídeo abaixo:

Avanços

A cidade de Zhuhai anunciou na última terça-feira (14) a proibição da morte e consumo de cães e gatos e se torna a segunda localidade chinesa a adotar a medida. A decisão foi tomada após a repercussão positiva gerada por novas diretrizes alimentares no país que excluem cães e gatos da lista de animais indicados para consumo humano.

Foto: Humane Society International

Além da proibição do consumo de animais de animais domésticos, a cidade também proibirá a venda e consumo de espécies selvagens. Quem infringir a nova lei pagará uma multa de 20 vezes o valor da carne comercializada. Ativistas e ONGs em defesa dos direitos animais comemoram o anúncio.

Wendy Higgins, porta-voz da Humane Society International, acredita que o país está finalmente caminhando para o reconhecimento dos direitos animais. “Notícias emocionantes para todos na China e ao redor do mundo que fazem campanha há tanto tempo para acabar com esse comércio brutal”, disse em entrevista ao MailOnline.

Foto: Humane Society International

E completa: “Logo após a proibição de Shenzhen e a declaração histórica do governo de classificar cães como animais domésticos, esperamos que este seja o começo de um efeito dominó da legislação progressiva na China, com outras cidades seguindo o exemplo”, afirmou a ativista.

Higgins acredita também que proibições regionais comprovam que o consumo de cães e gatos não é uma realidade em todo o país. “A maioria das pessoas na China não come cães e gatos. Então, agora parece que, na ausência de uma proibição nacional, as cidades estão tomando o assunto por conta própria e refletindo o humor do povo”, conclui.

No final de fevereiro, legisladores da cidade de Shenzhen elaboraram uma proposta para proibir o consumo de carne de cachorro, cobra, sapo e tartaruga. A medida tem como objetivo melhorar a segurança alimentar e “dar um passo para a construção de uma sociedade mais civilizada e moderna”.

Foto: Humane Society International

A maior expectativa dos ativistas é que o país declare oficialmente a proibição do consumo de cães e gatos e dê fim ao famigerado Festival de Yulin, onde mais de 10 milhões de cães e gatos são brutalmente espancados, esfolados e fervidos ainda vivos.


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