Cerca de 500 cachorros foram encontrados em um matadouro subterrâneo ilegal na província de Henan, na China. Imagens divulgadas pelo MailOnline mostram os cães assustados, encolhidos em pequenas jaulas e feridos. Ativistas acreditam que os cachorros encontrados no local foram sequestrados de seus tutores e seriam mortos e vendidos a restaurantes.
A operação foi realizada no dia 03 de abril e segundo dados da organização Humane Society International (HSI), o total de 423 cães foram salvos. Equipes de resgate transportaram os 25 cachorros em estado mais grave para Pequim para receberem tratamentos em um abrigo da HSI e seu parceiro chinês, a ONG Vshine.
A operação de resgate foi montada após denúncias realizadas à polícia de Henan por ativistas em defesa dos direitos animais e tutores cujos animais foram sequestrados por traficantes de animais. Além da HSI e da ONG Vshine, a Associação de Proteção Animal de Zhengzhou também participou da ação.
Uma porta-voz da HSI afirma que este tipo de operação é comum no país. “Esta é uma história típica na China: tutores em busca de seus animais perdidos, internautas se mobilizando para ajudar, ativistas em defesa dos animais buscando apoio e cães encarcerados em matadouros em um pesadelo profundo”, disse.
O representante da organização afirma ainda que reencontros entre cães e famílias ainda levarão algum tempo. “É muito cedo para dizer se algum dos cães resgatados será um animal desaparecido que está sendo procurado, mas a maioria dos cães salvos com certeza já foi companheiro de alguém”, aponta.
Veja o vídeo abaixo:
Avanços
A cidade de Zhuhai anunciou na última terça-feira (14) a proibição da morte e consumo de cães e gatos e se torna a segunda localidade chinesa a adotar a medida. A decisão foi tomada após a repercussão positiva gerada por novas diretrizes alimentares no país que excluem cães e gatos da lista de animais indicados para consumo humano.
Além da proibição do consumo de animais de animais domésticos, a cidade também proibirá a venda e consumo de espécies selvagens. Quem infringir a nova lei pagará uma multa de 20 vezes o valor da carne comercializada. Ativistas e ONGs em defesa dos direitos animais comemoram o anúncio.
Wendy Higgins, porta-voz da Humane Society International, acredita que o país está finalmente caminhando para o reconhecimento dos direitos animais. “Notícias emocionantes para todos na China e ao redor do mundo que fazem campanha há tanto tempo para acabar com esse comércio brutal”, disse em entrevista ao MailOnline.
E completa: “Logo após a proibição de Shenzhen e a declaração histórica do governo de classificar cães como animais domésticos, esperamos que este seja o começo de um efeito dominó da legislação progressiva na China, com outras cidades seguindo o exemplo”, afirmou a ativista.
Higgins acredita também que proibições regionais comprovam que o consumo de cães e gatos não é uma realidade em todo o país. “A maioria das pessoas na China não come cães e gatos. Então, agora parece que, na ausência de uma proibição nacional, as cidades estão tomando o assunto por conta própria e refletindo o humor do povo”, conclui.
No final de fevereiro, legisladores da cidade de Shenzhen elaboraram uma proposta para proibir o consumo de carne de cachorro, cobra, sapo e tartaruga. A medida tem como objetivo melhorar a segurança alimentar e “dar um passo para a construção de uma sociedade mais civilizada e moderna”.
A maior expectativa dos ativistas é que o país declare oficialmente a proibição do consumo de cães e gatos e dê fim ao famigerado Festival de Yulin, onde mais de 10 milhões de cães e gatos são brutalmente espancados, esfolados e fervidos ainda vivos.
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