Estima-se que o número de animais abandonados no município de Londrina (PR) ultrapasse 30 mil animais, entre cães e gatos. Segundo o presidente da organização não governamental (ONG) SOS Vida Animal, Milton Pavan, os números podem ainda ser maiores, já que o levantamento foi por amostragem. A preocupação aumenta nesse período do ano, em que muitas pessoas saem de férias e acabam abandonando seus animais.
Segundo SOS Vida Animal, o número de animais abandonados cresce ainda mais nessa época. “A gente observa nas ruas que existe muito mais animas soltos”, afirma Pavan.
Para Pavan o que acontece é que as pessoas não têm uma consciência na hora de adquirir um animal e a cidade, por sua vez, não oferece alternativas para que as pessoas possam deixar seus cães em segurança. “Ainda temos muito poucas opções, e que não comportam o número de animais para o número de lugares que oferecem serviços de estadia”.
Ele aconselha que as pessoas não soltem seus animais, que procurem algum conhecido para deixar. “Um animal não pode ser simplesmente solto na rua, isso é uma covardia”.
Maus-tratos
Outro problema sério que Londrina enfrenta são as denúncias de maus-tratos a animais. Segundo a estimativa da SOS Vida Animal, são feitas cerca de cinco denúncias por dia. A voluntária Denise Ferreira explica que as denúncias são apuradas e, quando realmente constadas, os tutores recebem uma notificação, alertando que o animal está sofrendo maus-tratos. “Após essa orientação, se não houver uma mudança no comportamento dos tutores, é feito um boletim de ocorrência junto à Força Verde para que se possa retirar o animal legalmente”.
“Maus-tratos não é só bater, mas deixar o animal no sol, na chuva”, afirma Pavan. Ele acredita que a falta espaço na cidade para recolher estes animais agrava o problema. “A prefeitura tem que assumir sua parte, sei que não é obrigação da prefeitura fazer tudo, mas precisa fazer a parte dela”.
Centro de Zoonoses
Segundo o secretário municipal de Ambiente de Londrina, José Novaes Faraco, o prédio de Zoonoses deverá ficar pronto em dez dias. “Nossa ideia é realizar uma parceria para o atendimento através do curso de veterinária, já entramos em contato com algumas universidades que mostraram interesse”.
O prédio terá um canil com capacidade para abrigar 500 animais abandonados e, segundo Faraco, as instalações são de última geração para o atendimento clínico. “Foi feito um estudo para que estes animais carentes recebam o mesmo conforto de uma clínica particular”, afirma.
Para Faraco, o objetivo maior do Centro é primeiramente criar uma forte campanha de adoção. Ele adiantou que o lema da campanha que será lançada ainda no começo deste ano será “Família de raça adota um vira-lata”. Outras ações importantes incluem castração, resgatar animais que sofram de maus tratos e recolher animais agressivos. “O município deve seguir a linha dessas ações a tentar avançar junto ao trabalho em prol dos animais carentes”, avalia.
Fonte: Jornal de Londrina