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NOVA CHANCE

Cerca de 200 cães que seriam explorados e mortos para consumo humano são resgatados na Coreia do Sul

12 de março de 2023
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Facebook

Quase 200 cães foram resgatados de uma fazenda na cidade de Asan, na Coreia do Sul, nessa quarta-feira, 8 março, avançou a Humane Society International (HSI), uma organização de defesa dos direitos animais. Os animais estavam destinados ao consumo humano e foram encaminhados para centros de reabilitação nos Estados Unidos e no Canadá.

Os cães estavam “assustados e confusos” e viviam em condições miseráveis. Muitas das cadelas estavam grávidas e várias outras tinham dificuldade em manter os seus bebês recém-nascidos vivos por causa do frio. “Eles não estão acostumados com as pessoas, mas estão bastante dispostos a interagir”, disse Lee Sang-kyung, diretor de campanha da HSI, em comunicado.

Uma das cadelas recebeu o nome de Samsun. A cadela era forçada a procriar e todos os seus filhotes eram vendidos ou mortos para a indústria da carne. Foi resgatada com outros três crias e tinha os peitos visivelmente inchados. “Muitos dos cães dessa quinta estão claramente traumatizados e precisarão de todo o amor e paciência que pudermos dar para começarem a sentirem-se melhor”, disse o diretor.

Já Mia, uma labradora também usada para procriação, vivia numa jaula localizada no fim de um corredor cheio de outras. A cadela fez um pequeno buraco no placar que separava a jaula do corredor para conseguir ver o lado de fora.

“Foi assim que passou todos os seus dias, a olhar para a luz ao fundo do túnel”, disse uma voluntária. “Mas muito em breve poderá ver o seu mundo a expandir-se para além desta jaula e será uma linda embaixadora para a nossa campanha”, acrescentou.

O dono do espaço, que tem 73 anos e cujo apelido é Yang, trabalha na indústria da carne há 30 anos e desde novembro passado a organização tenta convencê-lo a entregar os animais. Agora, o proprietário assinou um contrato que o obriga legalmente a não se envolver com qualquer negócio relacionado aos animais pelos próximos 20 anos.

“Não posso dizer que ganhei muito dinheiro com isso, mas ganhei o suficiente para sobreviver”, sublinhou. “Mas agora é senso comum dizer que não haverá futuro para esta indústria”. Segundo Yang, durante as três décadas que se dedicou a indústria da carne de cão, vários grupos e organizações de defesa dos direitos animais visitaram o local, o que o obrigou a registar legalmente o espaço.

O acontecimento, porém, é raro. Entre as 18 fazendas que a HSI já resgatou animais, a de Yang era a primeira que estava legalmente registada. As restantes eram todas ilegais. De acordo com Wendy Higgins, porta-voz da organização, o fato de não serem registadas faz com que o governo não consiga coletar dados oficiais.

Ainda assim, Wendy tem esperanças que em breve esta indústria deixará de existir. “Mesmo um agricultor que registou legalmente o seu negócio, que não tem nada a temer das autoridades, como Yang, está determinado a deixar a indústria da carne de cão”, frisou. Agora, o proprietário irá usar o terreno para plantar frutas e vegetais.

Em dezembro de 2021, o governo sul-coreano deu início a uma operação especial para acabar com a indústria da carne. No entanto, de acordo com a HIS, não houve qualquer mudança significativa. “O nosso objetivo final é atrair uma participação significativa das autoridades, porque é impossível nós conseguirmos fechar todas as fazendas de carne de cão do país”, referiu.

Kim Keon-hee, a primeira dama sul-coreana, tem apoiado a proibição da venda de carne de cão. Segundo pesquisas citadas pela HSI, 85 por cento da população não come carne de cão e mais da metade (56 por cento) é a favor da sua proibição.

Fonte: PiT 

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