Um surto de gripe aviária H5N9 ocorreu em uma fazenda de patos no condado de Merced, na Califórnia (EUA), onde cerca de 119 mil aves foram mortas em dezembro de 2024.

Junto à rara cepa H5N9, outra cepa mais comum, chamada H5N1, também foi detectada na mesma fazenda, agravando uma situação já crítica. Esse incidente recente ressalta os perigos da criação industrial de animais e serve como um alerta sobre os riscos à saúde e o sofrimento animal inerentes à pecuária.

A Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (HPAI), também conhecida como gripe aviária, tem causado estragos nas populações de aves em todo o mundo há vários anos. O vírus, que se espalhou por continentes, levou à morte de centenas de milhões de aves e até mesmo infectou mamíferos, incluindo vacas nos EUA e gatos domésticos.

O relatório mais recente da Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH) mostra que os casos de gripe aviária em mamíferos, incluindo vacas, estão aumentando. Apenas em dezembro de 2024, foram relatados 93 surtos em aves e 293 em espécies não aviárias, incluindo um aumento significativo de casos em mamíferos nas Américas e na Europa.

Essa tendência preocupante destaca um problema fundamental: as fazendas industriais, onde os animais são confinados em condições superlotadas e insalubres, fornecem o ambiente perfeito para a proliferação de vírus como o HPAI. A proximidade dos animais nesses ambientes permite que as doenças se espalhem rapidamente, agravadas pela falta de respostas imunológicas naturais e pelas más condições de vida. A escala dessas operações cria uma receita para o desastre, afetando não apenas os animais envolvidos, mas também a saúde pública e o meio ambiente.

A realidade alarmante da criação industrial é que seu impacto vai muito além dos surtos imediatos de doenças. O estresse severo, a superlotação e os cuidados insuficientes predominantes nessas instalações levam ao sofrimento generalizado dos animais e à transmissão de zoonoses, que podem passar dos animais para os humanos. As cepas H5N1 e H5N9 da gripe aviária ilustram esse problema, tendo dizimado milhões de aves e infectado vários mamíferos.

O a morte induzida de 100 mil patos em uma fazenda em Long Island, Nova York, destaca as medidas extremas tomadas para controlar tais surtos. No entanto, o problema subjacente persiste: as fazendas industriais continuam a criar condições ideais para a transmissão de doenças, representando uma ameaça contínua ao bem-estar animal e à saúde pública.

Com os surtos continuando, os benefícios de uma dieta baseada em vegetais como uma escolha mais saudável e compassiva tornam-se evidentes. Ao optar por alimentos à base de plantas, diminuímos a demanda por animais criados em fazendas industriais, reduzindo assim o risco de doenças como a gripe aviária e o sofrimento animal. Ao escolher alimentos vegetais, não apenas protegemos nossa própria saúde, mas também contribuímos para um mundo mais sustentável e humano.