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Cerca de 300 animais já foram castrados esse ano

10 de maio de 2015
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Mileno Tonissi é o médico veterinário responsável pelo CCZ (Foto: Divulgação)
Mileno Tonissi é o médico veterinário responsável pelo CCZ (Foto: Divulgação)

Fernandópolis tem uma população de 16,5 mil animais, entre cães e gatos, de acordo com o Centro de Controle de Zoonoses. Em comparação, o total representa 24% da população de Fernandópolis, ou ainda, pode-se dizer que em Fernandópolis há um animal para cada quatro habitantes.
O número já é elevado e crescente, e como infelizmente muitos ainda teimam em cometer o crime previsto no artigo 164 da Lei de Crimes Ambientais (9.605 de 1998), que configura o abandono de animais. Por isso, o Centro de Controle de Zoonoses atua com afinco, diariamente, castrando animais, tanto os errantes –recolhidos nas ruas- quanto os que possuem tutor, a fim de controlar a população canina e felina e de promover outros benefícios ao animal.
“Nosso principal alerta continua sendo em relação à conscientização da população para que não abandonem seus animais nas ruas. Embora nós resgatemos animais que apresentam alguma zoonose, não somos um local de despejo de animais. Não conseguimos acolher a todos que são soltos diariamente nas ruas, seja porque a pessoa não quer mais ou porque os filhotes vieram após uma gravidez indesejada do animal. E todos os que recolhemos, nós tratamos, cuidamos e quando já estão saudáveis fazemos a castração, um método benéfico ao animal por vários fatores”, contou Mileno Tonissi.
Em Fernandópolis, o Centro de Controle de Zoonoses castra diariamente de 5 a 10 animais, em sua grande maioria fêmeas. Em 2015 já foram castrados cerca de 300 animais (290 até abril), sendo 18 cães, 47 gatos,130 cadelas e 87 gatas. O número já é superior ao mesmo período do ano passado, quando 173 animais foram submetidos ao procedimento cirúrgico. Ao todo, em 2014 foram castrados 591 animais, número que facilmente será superado este ano.
“A demanda aumentou bastante e isso nos preocupa, pois todos os dias chegam novos animais aqui, tirados das ruas. A própria ONG Pelos e Patas faz o trabalho de nos trazer os animais de pessoas que não tem condições de pagar pelo castramento. Embora tenhamos muito trabalho, a castração é uma forma de controle, e esse trabalho não pode parar”, lembrou.
Desde que seja feito o cadastro, que exige apenas o comparecimento ao Centro munido de um comprovante de residência, o munícipe que desejar realizar a castração do animal por meio da Prefeitura. O centro de Controle de Zoonoses fica nos fundos da Escola Municipal Melvin Jones Agrícola, na Avenida Litério Greco, na Vila São Fernando.
O Brasil tem hoje uma população de 37 milhões de cães e 21 milhões de gatos, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Com os bichos vivendo mais graças aos avanços da medicina veterinária, as discussões em torno das vantagens da castração são cada vez mais pertinentes. Afinal, a cirurgia que deixa cachorros e gatos inférteis não impede apenas que o animal procrie. Além de prevenir doenças comuns na velhice, a castração muda o temperamento do animal, o que pode tirá-lo de algumas situações de risco.
O procedimento é simples, rápido e seguro. Nos machos, a remoção dos testículos por uma pequena incisão não leva mais do que quinze minutos. Nas fêmeas, a cirurgia que retira útero e ovários demora entre trinta e quarenta minutos. O ideal é realizar a castração no primeiro ano de vida – para as fêmeas, entre dois e quatro meses, quando o organismo ainda não sofreu as mudanças hormonais do primeiro cio.
Confira os cinco benefícios da castração:
Previne doenças
A castração evita doenças graves que podem levar à morte. Em muitos casos, o único tratamento é uma cirurgia agressiva e arriscada para o animal idoso. Em cães fêmeas, por exemplo, a inflamação do útero, chamada piometria, exige cirurgia urgente para remoção do órgão. A cirurgia para remoção de tumores de mama e próstata, que acometem fêmeas e machos de cães e gatos não castrados, também traz risco ao animal, principalmente aos idosos. Machos com tumor de próstata podem, inclusive, ser submetidos a uma cirurgia de remoção de pênis.
Reduz a agressividade
Animais castrados deixam de produzir o hormônio testosterona, um dos fatores de comportamento agressivo no animal. Assim, a castração ajuda a prevenir brigas com outros animais da casa e diminui o instinto do cão de fazer xixi em todos os cantos para marcar território.
Reduz agitação
Com a diminuição do metabolismo resultante das mudanças hormonais pós-castração, o animal fica menos agitado e dorme mais. A tranquilidade ajuda a minimizar os danos materiais provocados por cães e gatos que adoram destruir a casa, principalmente quando ficam sozinhos.
Acaba com os cios e as gestações indesejadas
Fêmeas de fraldinhas pela casa ou atraindo matilhas pela rua durante o passeio e gatas que aparecem penhas depois de uma escapada (barulhenta) pela vizinhança. Os cios semestrais nas cadelas — nas gatas, eles são mais frequentes, podendo ocorrer a quatro vezes ao ano — podem ser evitados com a castração ainda no primeiro ano de vida do animal.
Prolonga a vida
A castração aumenta a vida do animal em pelo menos cinco anos. Alguns fatores contribuem para que o animal castrado viva mais. Ao prevenir doenças, o procedimento reduz a chance de cirurgias na velhice, quando o risco é maior. A mudança comportamental também entra na conta. O gato castrado fica mais tranquilo e acaba saindo de casa com menos frequência — e, assim, se expõe menos a situações de risco, como brigas, atropelamentos e maus-tratos dos vizinhos.
Fonte: Cidadão Net

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