O abandono de animais domésticos é um problema antigo e deixa aproximadamente de 200 mil cães e gatos perambulando pelas ruas de Manaus. Segundo a secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Kamila Amaral, esse número pode ser maior na capital e no interior não há dados precisos sobre o problema.
Para discutir políticas públicas de proteção dos animais foi realizado, ontem, o 1º Seminário Estadual de Proteção Animal do Amazonas que teve como objetivo reunir as instituições públicas, a sociedade civil organizada para discutir esse tema que por vezes é esquecido.
Fundadora da ONG Compaixão Animal, Saskya Canizo conta que durante muito tempo a sociedade civil falou isoladamente sobre o abandono de animais e a falta de políticas públicas efetivas que garantam o bem estar desses animais. De acordo com Saskya, existem leis tanto no âmbito estadual quanto no municipal, mas elas não são cumpridas. “A proteção dos animais é amparada por diversas leis como a regulamentação de canis, deixar fezes de cachorro na rua é passível de multa, mas não existe ninguém para fiscalizar e isso continua acontecendo”, disse Saskya.
O diretor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Francisco Zardo, explica que hoje o centro tem deixado de cumprir sua principal função, que é o monitoramento de doenças, para atuar em questões como o abandono de animais saudáveis. “A política do Ministério da Saúde para os unidades de vigilância de zoonoses diz que a questão do bem estar animal deve estar presente dentro das atividades cotidianas do centro, mas o CCZ não é um abrigo como as pessoas pensam”, destacou o diretor.
O Centro de Zoonoses realiza apenas 400 castrações por mês. Segundo o diretor do órgão, o correto era ser realizado quatro mil procedimentos por mês para que no final de cinco ou dez anos ter um resultado significativo no controle populacional, mas para que isso aconteça é necessário a participação efetiva da sociedade, porque os animais de rua não surgem do nada. “Esses animais abandonados tiveram tutor um dia, porém eles acham que podem deixar largar o animal na rua ou no CCZ porque não querem mais ou não têm condições de cuidar”, acrescentou Zardo.
Trabalho até no fim de semana
O trabalho de vacinação antirrábica na Zona Rural de Manaus foi executado por duas equipes de vacinadores, que visitaram cada casa para a aplicação da vacina. A novidade este ano é que as equipes também atuaram aos sábados e não somente de segunda-feira a sexta-feira, já que muitos proprietários de sítios e fazendas estão no local apenas nos finais de semana.
Depois de concluir a vacinação na área rural, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) iniciou a campanha nas comunidades da área rural fluvial de Manaus, localizadas ao longo dos rios Negro e Amazonas.
O trabalho foi realizado em parceria com o Distrito de Saúde Rural, com o apoio da Unidade Móvel Fluvial (Barco Catuiara), que realiza viagens periódicas até as comunidades do rio Amazonas e do rio Negro, com uma equipe de profissionais formada por médicos, odontólogos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, bioquímicos e assistentes sociais.
Fonte: acrítica