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APÓS QUEIMADAS

Centro de triagem em Ribeirão Preto (SP) faz mapeamento para devolver animais à natureza

20 de outubro de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução/EPTV

O Centro de Reabilitação e Triagem de Animais Silvestres (Cetras) do Bosque Fábio Barreto, em Ribeirão Preto (SP), está mapeando animais resgatados vítimas de incêndio na região para dar início ao processo de devolvê-los à natureza.

As espécies passam por exames parasitológicos e séricos, que medem a quantidade de uma determinada substância no organismo, que vão determinar a área em que serão soltas.

“Se esse animal vai para uma região que há uma alta carga parasitária, por exemplo, não adianta tratar aqui de devolver para um local que ele vai se recontaminar. Isso subsidia o estudo e os critérios de seleção de áreas que nós podemos escolher para que esses animais sejam reintegrados ao ambiente natural de uma maneira mais segura”, explica o biólogo Otávio Almeida.

Segundo ele, também são feitos exames de sangue e de fezes e tudo é catalogado em um sistema para consultas futuras.

“A primeira importância é veterinária, um apoio ao diagnóstico, auxiliar o médico veterinário na identificação dos parasitas no animais para que o médico proponha o tratamento adequado. A segunda importância é nutricional e a terceira é relacionada aos ecossistemas, nós conseguimos mapear as áreas da onde esses animais vem em relação a incidência de alguns parasitas tanto sanguíneos quanto intestinais”.

Na sexta-feira (18), dois animais que passaram por tratamento no Cetras foram os primeiros liberados para voltar à natureza: um macaco bugio preto e um gato mourisco.

A área escolhida pelos especialistas a partir do resultado dos testes, fica em Guatapará (SP).

Até o momento, 36 animais diferentes já foram atendidos pelo Cetras vítimas das queimadas. Um filhote de raposa do campo e um filhote de tamanduá-mirim foram os mais recentes recebidos no local. Eles seguem em tratamento, com queimaduras nas patas e ainda não há previsão de alta.

Em alguns casos, a situação é tão grave que os animais silvestres podem não voltar para habitats. Mais da metade das espécies que deram entrada no Cetras, morreram por complicações dos ferimentos causados pelas queimadas.

Para o zootecnista Alexandre Gouvea, apesar de difícil, o trabalho vale a pena e, em alguns casos, pode ajudar no futuro.

“É um trabalho a médio e longo prazo, mas que vai fazer toda a diferença nos próximos anos”.

Fonte: G1

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