O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), unidade mantida pelo governo do Estado do Mato Grosso do Sul, recebeu recentemente dois filhotes de antas encontrados pela Polícia Militar Ambiental (PMA) no interior do Estado.
Um dos filhotes, com cerca de dez dias de vida, foi encontrado em uma rodovia e morreu dias depois de ser recolhido por ter lesões internas. O outro estava sendo criado em um acampamento de sem-terras às margens de uma rodovia em Dois Irmãos do Buriti. Os acampados disseram aos policiais que estavam criando o animal porque a mãe fora atropelada.
O animal, uma fêmea, foi levado ao Cras, onde está recebendo tratamento e sendo reabilitado, para que em breve seja devolvido à natureza.
Outros dois animais, machos, estão no Cras desde outubro de 2008. Eles foram recolhidos em São Gabriel do Oeste e em Costa Rica. Um estava sem as unhas dos membros posteriores, e o outro teve um deslocamento de cartilagem em uma pata traseira, em função de um atropelamento de maquinário de lavoura. Quando chegaram, não conseguiam nem andar. Após passarem por exames e tratamento, os animais já estão reabilitados e aptos à soltura.
Um dos médicos veterinários do Cras, Álvaro Cavalcante, explica que o filhote de anta nasce listrado e sempre acompanha a mãe por toda a parte, podendo chegar, quando adulto, a medir cerca de dois metros e pesar até 250 quilos. “É um animal de hábitos noturnos, mas pode ser visto ao anoitecer e infelizmente é muito caçado”.
Ele ressalta aos motoristas que passam por regiões de reserva e estradas de terra que tomem muito cuidado a partir do anoitecer até a madrugada, não só com a travessia de antas, como de lobinhos, tatus, tamanduás, seriemas, jacarés etc. “Precisamos nos conscientizar de que estamos tomando o espaço dos animais para as lavouras e pastos, e eles não têm mais o espaço adequado para sobreviver”.
Solturas
A legislação brasileira determina que a prioridade é o retorno dos animais à natureza. As solturas são feitas com o maior rigor técnico e têm apresentado resultados positivos. As solturas se dão em 150 fazendas no Estado.
Após a liberação dos animais na natureza, eles são monitorados diariamente por mais alguns dias. Em seguida, técnicos ambientais fazem visitas mensais aos pontos de soltura, por um período de um ano, colhendo informações.
O monitoramento consiste na observação das reações dos animais em relação à aproximação de predadores e do instinto de caça e alimentação, uma vez que até então eram acostumados a receber alimentos pelos tratadores.
Fonte: MS Notícias