Um fenômeno está acontecendo nos céus de Jundiaí (SP) e vem sendo observado na região central da cidade. É o aumento do número de urubus (do gênero Coragyps) sobre prédios e antenas, em alguns casos com filhotes.
“Realmente temos notado vários casais. O problema não é sua presença, mas a indicação de alguma alteração ambiental”, diz Carlos Ozahata, chefe do setor de Controle de Zoonoses (Secretaria da Saúde).
Ele cita os fatos recentes de animais nas áreas urbanas, como gambás, saguis e até mesmo onças, como efeito da expansão urbana sobre o habitat natural deles.
“Isso coloca o desafio de melhorarmos a política ambiental não apenas em Jundiaí e sim na região. Porém, esse caso dos urubus envolve até mesmo aspectos como o lixo, pois os fatores são alimento e reprodução. Estão usando o alto de prédios como abrigo”.
Os urubus fazem parte da ponta da cadeia alimentar, buscando animais fragilizados ou em decomposição. Mas impressionam pela capacidade de planar nas correntes termais.
Para o setor de Controle de Zoonoses, esse é um fenômeno de atenção a sinais de desequilíbrio ambiental, mas ainda não pede uma ação crítica como ocorre com os mosquitos (dengue ou leishmaniose), raiva (morcegos) e febre maculosa (carrapatos).
O desequilíbrio ambiental também tem sido objeto do Grupo de Observação de Aves de Jundiaí, que está divulgando a ameaça de extinção de 171 espécies de aves no “livro vermelho” do Estado de São Paulo e recentemente marcou a presença do raro Garibaldi e outras 17 espécies de aves no lago do novo complexo de lazer do bairro Eloy Chaves.
Com informações do Rede Bom Dia