EnglishEspañolPortuguês

Cento e cinquenta animais silvestres são resgatados em Manaus (AM)

13 de agosto de 2013
3 min. de leitura
A-
A+

Os animais silvestres ainda são o foco de exploração no Amazonas. As informações fazem parte do levantamento de dados feito pelo Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) que em apenas cinco meses de atuação resgatou 150 animais silvestres em situação de risco.

Sauins-de-coleira estão entre as espécies que as pessoas capturam para manter em cativeiros privados. A prática é proibida pela legislação ambiental brasileira e pode render multa ao infrator (Foto: Michael Dantas/Arquivo-AC )
Sauins-de-coleira estão entre as espécies que as pessoas capturam para manter em cativeiros privados. A prática é proibida pela legislação ambiental brasileira e pode render multa ao infrator (Foto: Michael Dantas/Arquivo-AC)

Sauim de coleira, cobras, jacarés, tamanduá bandeira figuram na lista dos animais recuperados pelo instituto. O órgão se tornou o responsável pelo resgate dos animais em fevereiro deste ano, após determinação do Governo Federal e vem se estruturando para fazer a captura dos animais.

“Assinamos um termo de cooperação técnica com o Ibama e eles estão nos capacitando para fazer essa atividade de resgate de animais. Atualmente funcionamos na capital, mas estamos preparando escritórios nas cidades-pólos para atuar mais efetivamente no interior também”, disse o presidente do Ipaam, Antonio Ademir Stroski.

Conforme os dados apresentados pelo Ipaam, 99% dos resgates feitos pelo órgão são frutos de denúncias realizadas por moradores da capital. “As pessoas de Manaus que ligam para cá tem um foco maior na integridade dos animais. A maioria liga porque as pessoas encontram um animal silvestre e apedrejam, tentam matar etc. O resgate se torna, portanto, um meio desse animal sobreviver”, disse.

O presidente do Ipaam acredita que o índice de registros no interior é menor por conta das questões culturais.

“Há muita tecnologia, as pessoas tem acesso à internet, mas muitas ainda não tem noção do perigo e da maldade que é tratar esses animais como domésticos”, disse Stroki.

A gerente de departamento de Fauna do Ipaam, Sônia Canto, afirma que os dados comprovam essa teoria. “Já no interior as pessoas tem o hábito de manter esses animais. As que denunciam fazem mais por uma questão pessoal, a famosa briga de vizinhos. Elas dificilmente denunciam porque sabem que é ilegal ter um animal silvestre em casa, mas sim porque o macaco do vizinho está perturbando, por exemplo”, afirmou.

Ação

Ao encontrar um animal silvestre é necessário que as pessoas liguem para o Ipaam por meio do telefone 2123-6739. Uma equipe de técnicos será redirecionada ao local onde estão os animais silvestres para resgatá-los.

“Na maioria dos casos, cerca de 80% a 90% dos nossos registros, os técnicos do Ipaam percebem que os animais podem retornar à natureza naquele horário mesmo. Eles fazem uma avaliação rápida na saúde do animal e, se ele tiver em condições, retorna logo ao habitat natural. Caso contrário levamos ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) onde ele recebe tratamento. Quando está apto, retoma a natureza”, disse Sônia.

Municípios atendidos pelo órgão

Sete municípios do Amazonas foram escolhidos como “cidades-pólo” e receberão um escritório do Ipaam nos próximos meses. Tabatinga, Tefé, Parintins, Eirunepé, Humaitá, Boca do Acre e Apuí foram as cidades escolhidas para abrigar técnicos e funcionários do Ipaam para fazer o serviço de resgate dos animais silvestres. Tabatiga e Tefé serão os primeiros a receber os técnicos.

Atualmente esse trabalho é feito por Manaus. “As pessoas ligam para o telefone do plantão e nós registramos os casos. Esse sistema funciona 24h porque quando não é horário comercial o vigia atende e repassa as informações a um técnico de plantão”, informou Stroski.

Fonte: A Crítica

Você viu?

Ir para o topo