A rede hospitalar norte-americana está passando por uma transformação significativa em seus cardápios. A organização sem fins lucrativos Greener by Default (GBD), em parceria com a empresa de serviços alimentícios Sodexo, anunciou a expansão de um programa que estabelece refeições baseadas em vegetais como opção padrão em instituições de saúde. A iniciativa, que já está presente em 131 hospitais, chegará a mais 200 unidades até o final deste ano, com previsão de alcançar cerca de 400 instituições até 2026.
O programa mantém a liberdade de escolha dos pacientes, mas oferece automaticamente pelo menos uma refeição diária com opções vegetais, como Pastalaya Cajun, Tigela de Café da Manhã com Batata do Sudoeste e Portabella Recheada com Balsâmico. Caso o paciente prefira, pode solicitar a substituição por pratos com carne, mas o objetivo principal é incentivar hábitos mais saudáveis e sustentáveis.
Os resultados da iniciativa, lançada em 2022 em 11 hospitais da rede NYC Health+, têm sido considerados positivos. Dados mostram que mais da metade dos pacientes elegíveis optam pelas refeições vegetais quando estas são oferecidas como padrão. Em um ano, a adoção do programa resultou na redução de mais de 30% nas emissões de carbono nos hospitais participantes. Um dos centros de saúde registrou aumento de 36% no consumo de pratos vegetais e queda de 20% na escolha por carnes.
Estimativas indicam que, se apenas 10% das 290 mil refeições diárias servidas pela Sodexo em hospitais migrarem para opções vegetais, a mudança equivaleria a 10 milhões de refeições sem carne por ano. Além dos benefícios ambientais, a iniciativa tem impacto direto na saúde dos pacientes. Um relatório de 2024 revelou que a satisfação com as refeições vegetais padrão em hospitais de Nova York ultrapassa 90%.
O movimento por cardápios hospitalares mais sustentáveis ganha força também em outros países. No Reino Unido, cerca de um terço da população apoia a adoção de opções vegetais como padrão em instituições de saúde. Em 2022, um grupo de médicos britânicos chegou a comparar, em carta aberta, o serviço de carnes processadas em hospitais à “distribuição de cigarros” para pacientes vulneráveis.
Além de reduzir custos e impacto ambiental, a mudança promove a prevenção de doenças crônicas, como problemas cardiovasculares, e pode contribuir para uma melhor recuperação dos pacientes. Para a GBD, a iniciativa demonstra como ajustes no sistema alimentar podem gerar benefícios significativos tanto para a saúde pública quanto para o planeta.