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LUTA PELA VIDA

Centenas de gatos doentes e debilitados salvos na Ucrânia são enviados para a Suíça

24 de maio de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução | NetAP

A Suiça está recebendo centenas de gatos doentes e extremamente debilitados resgatados na Ucrânia. Muitos animais estão chegando junto com refugiados ou por intermédio de organizações em defesa dos direitos animais. Os gatinhos estão recebendo cuidados, carinho e amor, mas podem trazer uma questão pouco debatida na Suíça: a castração de animais. No país, o procedimento de controle populacional de cães e gatos não é obrigatório e muitos animais ucranianos não são castrados, o que levanta um temor sobre a reprodução excessiva de animais nos próximos meses se não existir uma logística de triagem e atendimento organizada e responsável.

A organização em defesa dos direitos animais Network for Animal Protection (NetAP) afirma que, felizmente, muitos gatos ucranianos estão sendo encaminhados para os centros de tratamento veterinário especializados, mas muitos refugiados que chegam no país não levam os animais diretamente para atendimento e gatos, assustados, podem fugir e espalhar doenças ou se reproduzir nas ruas. A ONG afirma que não é nenhum incômodo receber e cuidar dos animais, mas espera que isso seja feita da forma correta, a fim de evitar transtornos no futuro, para animais e tutores. Os ativistas explicam ainda que a castração é uma medida fundamental.

“Há cerca de 300 mil gatos em situação de rua em toda a Suíça. Não há lares e adotantes para todos esses animais, mas é fundamental que essa população esteja sob controle. Um casal de gatos pode gerar até 80 milhão de animais. Em termos puramente matemáticas, um único casal de gatos gerará 80 milhões de filhotes em apenas 10 anos! É aterrador! Muitos desses animais podem ser alvo de maus-tratos ou morrerem de doenças ou fome. Não é incomum que gatinhos excedentes sejam mortos também”, disse uma porta-voz da Network for Animal Protection (NetAP).

Foto: Reprodução | NetAP

A ativista Edith Zellwegerm, da organização Zellweger Animal Foundation, teme que a chegada de gatos da Ucrânia de forma não organizada pode ser um “enorme problema” a longo prazo e que é preciso uma logística inteligência. “Não conseguimos encontrar um lar para todos os animais que nascem nas ruas. Muitos se tornam ferais e não se adaptam em abrigos, precisam ser cuidados e alimentados nas ruas ou seus pontos de colônias. Os gatos não castrados marcam seu território com mais frequência, tanto fora quanto dentro, o que pode levar a problemas nas acomodações ou com as famílias anfitriãs também”, alertou, temendo que os animais sofram rejeição.

Ela explica que a castração é a melhor solução. “Os gatos esterilizados têm territórios menores e brigam menos. Eles contraem doenças virais com menos frequência e o risco de acidentes diminui. Doenças hormonais, como tumores mamários, cistos ou doenças uterinas também são muito raras. Além disso, gatos castrados têm urina com um cheiro mais fraco e menos característico, o que é particularmente importante em apartamentos”, afirma a ativista. Edith espera que a Suíça continue permitindo a entrada de animais salvos, mas que estabeleça normas para garantir o bem-estar dos animais também.

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