Centenas de animais selvagens, nomeadamente elefantes da reserva Safaris de Moçambique, em Tete, centro, podem estar a deslocar-se para o Zimbabwe, devido à ameaça de caçadores, conforme denunciou ontem (21) à Lusa fonte do empreendimento.
Segundo o responsável pela área técnica e de segurança da reserva Safaris de Moçambique, Paulo Evants, há dias um grupo de caçadores moçambicanos e estrangeiros invadiu o local para recuperar o armamento usado para matar animais dentro da estância turística e que havia sido apreendido pelos proprietários do empreendimento.
A tentativa de recuperação das armas não teve sucesso, porque as mesmas já tinham sido entregues à polícia do distrito de Magoe, disse Paulo Evants.
Em declarações à Lusa, o responsável da reserva afirmou que “a fauna em Tete está em grande risco” e admitiu a possibilidade de alguns envolvidos na caça serem pessoas próximas de “dirigentes conhecidos” da região.
“Aquilo é crime organizado”, afirmou Paulo Evants, assinalando que, só este ano, “mais de 30 elefantes foram abatidos”.
A reserva Safaris de Moçambique, localizado na chamada “garganta” do rio Zambeze, na província de Tete, na fronteira com o Zimbabwe e Zâmbia, é rica em espécies florestais e animais, mas contraditoriamente é também considerada um dos locais que produz os melhores troféus de caça do continente africano.
De acordo com estimativas dos proprietários do empreendimento, existem na reserva cerca de 100 mil impalas, 15 mil búfalos, oito mil elefantes, além de zebras, leões e leopardos, que têm sido alvo de caçadores.
“Alguns destes animais estão sem comer por causa das queimadas. Ao verem-se perseguidos podem emigrar para lá (Zimbabwe). Estão em perigo”, alertou Paulo Evants.
Falando à Lusa, o diretor da ordem e segurança pública da província de Tete, Ussufo Omar, disse que as autoridades policiais enviaram um contingente para a região para reverter a situação que, considerou “estar sob controle” das autoridades.
“Já há controlo, estamos seguros com o reforço policial. As medidas de segurança estão sob controle”, pelo que “o turismo está a decorrer normalmente”, assegurou à Lusa Ussufo Omar.
Fonte: Angola Press