As enchentes repentinas que atingiram o Texas nos últimos dias deixaram um rastro de destruição e sofrimento. Com pelo menos 108 mortes confirmadas até esta terça-feira (08/07) e dezenas de desaparecidos, a tragédia também afetou profundamente os animais da região. Grupos de resgate e voluntários buscam desesperadamente por milhares de animais domésticos que foram arrastados pela força das águas e estão longe de suas famílias.
A organização Kerrville Pets Alive, que atua no epicentro da catástrofe, já acolheu 40 animais e recebeu mais de 100 relatos de animais perdidos ou encontrados desde a última sexta-feira. “Estamos vendo um fluxo constante de animais agora que a água começou a baixar”, relatou Karen Guerrero, uma das fundadoras da ONG. “Há milhares de animais por aí.”
Histórias de sobrevivência entre os escombros
Entre os inúmeros casos, o filhote batizado de Superman comoveu os socorristas. Ele foi encontrado sozinho em uma pilha de entulho, após as enchentes levarem a vida de seu tutor. “Superman estava com medo e sentia dor. Estava tão traumatizado que surtava sempre que a equipe de resgate tentava se aproximar”, explicou a organização Austin Pets Alive, que ajudou no salvamento.
Com muita paciência e cuidado, os voluntários conseguiram conquistar sua confiança e removê-lo do local com segurança. Agora, ele está em um lar temporário, aguardando o reencontro com os parentes de seu tutor.
Resgates sem parar: abrigos operam 24 horas por dia
A CEO da Austin Pets Alive, Dra. Ellen Jefferson, afirmou em entrevista à ABC News que os trabalhos continuam intensos, dia e noite, para atender às emergências veterinárias e acolher os animais encontrados. “Estamos triando animais que chegam feridos, doentes ou em situação crítica, trazidos por bons samaritanos. É devastador. A destruição é imensa”, desabafou.
Apesar da dor, Jefferson ressalta a importância do trabalho de identificação. “Mesmo quando um animal é encontrado sem vida, poder informar a família traz algum alívio. É um fechamento necessário.”
Para agilizar os reencontros, os abrigos transferiram animais que já estavam no sistema antes da tragédia, liberando espaço para que os locais atuem como centros de achados e perdidos. “Antes de qualquer iniciativa de adoção, estamos priorizando o reconhecimento dos animais pelos tutores originais”, reforçou a CEO.
Solidariedade, doações e a urgência por mais apoio
As redes sociais dos abrigos estão repletas de fotos dos animais resgatados. A esperança é que alguém os reconheça e que reencontros emocionantes aconteçam. “Nada tem sido simples ou fácil. Estamos tentando fazer de tudo neste momento de caos e necessidade extrema”, afirmou Jefferson à CBS News.
Ela também fez um apelo por ajuda: “O que mais precisamos agora é financiamento. Temos profissionais, transportes, cuidados médicos e voluntários. Mas ainda é pouco diante da dimensão do desastre.”
Doações de suprimentos médicos, alimentos, abrigos temporários e trabalho voluntário são fundamentais neste momento. “Não há limite para o que as pessoas podem contribuir. Precisamos de tudo.”
Tragédias individuais refletem o drama coletivo
A tragédia trouxe à tona histórias comoventes, como a de William “Bill” Huston e seu cão Sage. Ambos foram arrastados pela correnteza enquanto estavam hospedados no acampamento HTR. O corpo de Sage foi localizado a mais de 11 quilômetros rio abaixo. Huston, no entanto, segue desaparecido.
Fonte: Cães Online