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Centenas de animais ainda morrem vítimas da anemia infecciosa, na BA

18 de agosto de 2010
3 min. de leitura
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A anemia infecciosa tem atingido vários cavalos do oeste da Bahia. De julho do ano passado até janeiro desse ano foram detectados 800 casos na região, e 60% deles foram sacrificados. Sérgio Ricardo Silveira Barreto, diretor de equinos da Acrioeste, defende a matança desses animais: “É preciso uma força tarefa para eliminar os animais doentes, pois ainda há muita resistência por parte de alguns criadores que não querem sacrificar os animais, mas é necessário o sacrifício, pois um animal doente pode contaminar todo o rebanho”, informa o diretor, sem qualquer preocupação com a vida desses animais, como se fossem problemas a serem descartados.

Foto: Reprodução/Jornal Nova Fronteira

Conforme o médico veterinário do Centro de Zoonoses de Barreiras, Antonio Luiz Pedrosa, a doença tem se espalhado por causa da falta de conscientização. “O governo precisa investir mais na educação, utilizando os órgãos competentes para desenvolver trabalhos, fazer palestras e falar mais sobre a doença”. Ainda diz que apesar da anemia não ser uma zoonose, foi estabelecida uma relação de cooperação com a ADAB para apoiar e ajudar no trabalho de conscientização e combate da doença, já que é de responsabilidade do Ministério da Agricultura coordenar o programa.

Antonio Luiz lembra que a doença é o resultado de uma infecção em um animal sadio através do vírus da família retrovirida e que a ação humana é uma das responsáveis pela contaminação. “A doença tem relação com o fator ambiental, lugares onde tem muito alagadiço, mas também temos o homem que entra no ambiente e faz a transmissão quando utiliza um arreio no animal positivo e depois usa em um animal sadio. Há também transmissão quando se reutiliza a agulha”.

A anemia infecciosa é uma doença que acomete equídeos (burros, zebra, etc.), de qualquer raça, sexo e idade. O vírus uma vez instalado no organismo do animal, nele permanece por toda a vida mesmo quando não manifestar sintomas. É conhecida também como febre dos pântanos, porque nas áreas pantanosas a população de insetos hematófagos, vetores naturais da natureza é muito grande e os animais ficam mais expostos à contaminação. É uma doença essencialmente crônica embora possa se apresentar em fases hiperaguda, aguda e subaguda. A sintomatologia caracteriza-se por episódios febris, perda de peso, debilidade progressiva, mucosa ictéricas e edemas subcutâneos, uma vez infectado, o animal torna-se portador permanente.

A doença também é mais comum em terrenos baixos e mal drenados ou em zonas úmidas muito florestadas. É feita principalmente por insetos sugadores (moscas e mosquitos). Já foram também comprovadas as transmissões congênitas (placentária), pelo leite (aleitamento), pelo sêmen (acasalamento) e pelo soro-imune. A mucosa nasal e oral, intactas ou feridas, podem ser portas de entrada do vírus. O uso sem assepsia de material cirúrgico, por pessoas não-habilitadas, também aumenta a probabilidade da infestação.

Com informações do Jornal Nova Fronteira

Nota da Redação: Com a desnaturalização das condições de vida dos animais,  derivada da exploração, confinamento, ocupação humana e devastação dos habitats, desequilíbrios como doenças, alterações climáticas, etc, começam a ser desencadeados. Esses animais são vítimas, pois não vivem de forma natural, e não usufruem plenamente do seu direito à liberdade que lhes é inerente. Ao contrário disso, são usados para fins humanos. As autoridades devem a esses animais soluções que respeitem suas vidas, investindo principalmente na conscientização pela prevenção e também nos cuidados necessários com os já infectados. Não podemos admitir que tamanho descaso continue sendo responsável pelo sacrifício de centenas de animais inocentes. A cada ação humana corresponde um efeito no mesmo grau. Um dia a humanidade talvez compreenda que o que fazemos ao próximo, sejam humanos, animais ou a própria natureza, fazemos a nós mesmos.

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