Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) revelam que o Brasil possui cerca de 144,3 milhões de animais domésticos
Para se ter uma ideia da dimensão dessa população, isso é mais do que os 35,5 milhões de crianças estimados na última edição do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), publicadas lá em 2018. Os animais representam hoje cerca de 67% do número de habitantes do país.
Entre os anos de 2019 e 2020, houve um crescimento acentuado desses animais nos lares brasileiros, destaque para a quantidade de répteis e pequenos mamíferos que teve um aumento de 4,2%. No geral, considerando também cães, gatos, peixes e aves, o crescimento foi de 2%.
Cachorros ainda são preferência
Em números absolutos, o primeiro lugar ainda é do cachorro, com cerca de 55,9 milhões de cães em todo território nacional. Em seguida vem as aves com 40, 4 milhões; gatos com 25,6 milhões, 19,9 milhões de peixes, e 2,5 milhões de animais diversos como coelhos.
O aumento da população também é refletido no aumento do consumo de produtos voltados para esse público, entre 2019 e 2020, os gastos com saúde, cuidados pessoais e comidas para os animais aumentaram 18%, 9,5% e 24%, respectivamente.
No mercado digital esse número também cresce, de acordo com o movimento Compre & Confie, o setor foi responsável por cerca de 2,4% das compras digitais feitas no primeiro trimestre de 2020.
Além do fomento da indústria, o aumento desses pequenos seres nos lares brasileiros tem sido cada vez mais benéfico, principalmente em tempos de pandemia. Segundo a psicóloga Marilene Kehdi, em entrevista ao portal Terra, os benefícios de se conviver diariamente com um animal doméstico são diversos.
“Ajuda o seu tutor a socializar, aumenta a motivação, promove a liberação de hormônios do bem-estar, estimula o exercício físico tanto para a saúde mental quanto para a física”, disse ela.
Adoção responsável
Outro indicador que aumentou durante o período foi o de adoção. De acordo com a ONG Ampara Animal, a procura de adoção de cães e gatos aumentou em até 50%. Entretanto, o de abandono cresceu 61% entre junho de 2020 e março de 2021.
Em entrevista à revista Veja, Rosângela Gebara, gerente de projetos da Ampara, relembra que a adoção de animais tem de ser feita com bastante cuidado, levando em conta todas as necessidades dele e das responsabilidades dos futuros donos.
“Caso não possam ficar com eles, os cidadãos precisam procurar uma alternativa humanitária para cumprir com a responsabilidade que assumiram”, diz Rosângela.