Mesmo que a morte pareça o fim da vida humana, ela pode ser o começo de algo novo para a natureza. Um mapeamento de mais de 20.325 cemitérios que ficam em torno de igrejas, no Reino Unido, feito pela instituição de caridade e conservação, Caring for God’s Acre, aponta mais de 800 mil vidas selvagens. Elas são divididas entre 10,8 mil espécies registradas nas redondezas do local. Ele pode não ser visto com bons olhos para a presença humana, mas são refúgios vitais para espécies raras de morcegos, besouros e roedores, por exemplo.
“Os registros mostram que mais de um quarto das espécies documentadas estão na Lista Vermelha, com mais de 80 espécies classificadas como ameaçadas, vulneráveis, em perigo ou criticamente em perigo”, diz a diretora da Caring for God’s Acre, Harriet Carty, ao The Guardian.
A Caring for God’s Acre destaca a importância dos cemitérios para a vida selvagem e pede que eles sejam protegidos e fortalecidos para que possam continuar desempenhando esse papel.
Os mais de 20.500 cemitérios existentes no Reino Unido variam de pequenas áreas de cerca de mil metros quadrados até grandes áreas que passam de 400 mil metros quadrados.
A auditoria de biodiversidade da instituição foi compilada usando registros enviados por frequentadores dos espaços, seja visitantes dos adros ou das igrejas, bem como organizações de conservação, como a British Trust for Ornithology, a British Lichen Society, a Butterfly Conservation e a Botanical Society of Britain and Ireland.
Membros do público foram convidados pela instituição de caridade para visitar o cemitério local e registrar a natureza que encontram lá. A organização conseguiu até agora envolver 30.000 pessoas para contribuir com seus registros.
Dessa forma foi Hariet aponta que foi possível encontrar tantas espécies diferentes, “isso inclui espécies como o arganaz (roedor), o líquen-de-letras-brancas, a agulha-de-pastor e o líquen-garra-de-águia.”
“Registrar a vida selvagem é essencial para todos os nossos esforços de conservação – afinal, você não pode proteger uma espécie se não sabe onde ela é encontrada”, diz a CEO da National Biodiversity Network Trust, Lisa Chilton.
Fonte: O Globo