A Páscoa é comumente conhecida como uma celebração cristã em homenagem à ressurreição de Jesus Cristo três dias após a crucificação. Ela também possui uma vertente hebraica mais antiga, uma celebração de oito dias que comemora a libertação do povo hebreu do cativeiro egípcio. A palavra Páscoa é uma derivação do termo hebraico Pessach, que significa “passagem”.
Diante disto é possível inferir algumas reflexões sobre o que significa esta data e o quanto ainda devemos avançar e clarear a consciência para transformar sua essência em realidade. Anualmente, milhões de animais em todo o mundo sofrem torturas indizíveis por meses para satisfazer alguns minutos de prazer e satisfações de seres humanos em ceias de Páscoa.
Aprisionados e condenados à morte, animais criados exclusivamente para o consumo humano nunca têm a oportunidade de respirar ar puro, alimentar e acarinhar seus filhotes ou brincar e interagir de forma saudável com outros membros de sua espécie. Antes de chegarem a supermercados e açougues, passam toda a vida em locais imundos, pequenos, sofrem com ferimentos, doenças e maus-tratos, como milhares de investigações secretas realizadas em todo mundo comprovam.
Além da crueldade extrema que sofrem porcos, vacas, peixes e galinhas, há também a indústria paralela que explora animais como objetos recreativos. Milhares de coelhos, pintinhos e patinhos são dados como presentes e lembrancinhas para crianças, para posteriormente serem abandonados após seus tutores perceberem que cuidar de um ser vivo requer muita responsabilidade, tempo e recursos.
Quando não são abandonados em parques ou abrigos, muitos desses animais possuem destinos aterradores como serem mortos para consumo humano ou esquecidos em gaiolas até o fim de suas vidas. Fazer de um animal um novo membro da família é um grande ato de compaixão, mas dá-lo de presente como uma lembrança simbólica impulsiva definitivamente não é a melhor maneira de fazê-lo.
Compartilhar o pão na Páscoa é uma excelente oportunidade de repensar hábitos e propor atitudes que possam fazer do planeta um lugar melhor e mais pacífico para se viver. Uma chance de olhar de forma compassiva para todos os animais indefesos que compartilham conosco nossa caminhada neste mundo e concluir que todos têm direito à vida, à liberdade e à felicidade.