O celacanto, “Latimeria chalumna” é a espécie viva de um peixe, encontrado ao longo da costa do Oceano Índico. Está entre as criaturas estudadas pela criptozoologia, cripto (do grego kryptós, é, ón “oculto”) e zoologia (o ramo da ciência que estuda os animais) que é o estudo de criaturas mitológicas, lendárias, hipotéticas, ou de seres presumivelmente extintos. Esse animal já foi considerado extinto: teria sido extinto no Período Cretáceo Superior, há 70 milhões de anos atrás. O celacanto é da era devoniana, cerca de 410 milhões de anos, e teria desaparecido no final do período Cretáceo, quando os dinossauros foram extintos – é um fóssil vivo. Presume-se que ele seja primo do “Eusthenopteron”, ancestral dos anfíbios, répteis e mamíferos. Uma teoria que gera muita controvérsia, pois inclui aí o ser humano. Antes da descoberta desse primeiro exemplar vivo, acreditava-se que o celacanto era um parente próximo do primeiro vertebrado a sair das águas, dando origem a um novo grupo de vertebrados conhecidos como tetrápodes, que inclui os humanos. Essa descoberta causou um alvoroço no mundo inteiro pois esse peixe foi considerado pelos cientistas como sendo uma forma de transição da água para a terra. Alguns estudiosos chegaram a afirmar que o celacanto havia adquirido um mecanismo primordial para deslocamento no solo. Sua característica mais importante é a presença de pares de barbatanas (peitorais e pélvicas) que se assemelham aos membros dos vertebrados
O primeiro espécime vivo foi reencontrado por Marjorie Courtenay – Latimer (1907-2004) em 23 de dezembro de 1938 no litoral da África do Sul, em East London. Na época, Marjorie Courtenay – Latimer era curadora do “East London Natural History Museum”. Ela sempre estava no porto para observar o que os pescadores traziam e fez-se amiga deles. Um desses amigos, o Capitão Hendrick Goosen, no pesqueiro “Nerine”, deixou para ela o fruto de sua pescaria e ela notou um peixe diferente. Ao examinar o conteúdo da pesca, ela encontrou um peixe azulado, com um metro de comprimento, dotado de nadadeiras carnudas que lembravam os membros de vertebrados terrestres. Ela estava diante de uma das mais notáveis descobertas da criptozoologia do século XX. Marjorie tinha em suas mãos um celacanto. O peixe havia sido pescado perto de “Chalumna River”, no Oceano Índico e foi difícil mantê-lo em boas condições, devido à falta de equipamentos de refrigeração. Marjorie Courtenay – Latimer enviou uma carta e um desenho do peixe para o professor J.L.B. Smith, do “Rhodes University”, Grahamstown, que ficou surpreendido ao reconhecer no desenho o celacanto, porque pensava-se que ele havia sido extinto e estava listado apenas como um fóssil. O animal apresentava características que poderiam desvendar o processo de transição dos vertebrados do ambiente marinho para o terrestre e tinha parentesco com o primeiro peixe que rastejou para fora d’água e colonizou os continentes.
Antes da descoberta desse primeiro exemplar vivo, acreditava-se que o celacanto era um parente próximo do primeiro vertebrado a sair das águas, dando origem a um novo grupo de vertebrados conhecidos como tetrápodes, que inclui os humanos.
O celacanto seria parte da linhagem evolutiva que deu origem aos tetrápodes, grupo que inclui todos os vertebrados terrestres (anfíbios, répteis, aves e mam
O celacanto ainda é a melhor explicação como ocorreu a transição dos vertebrados da água para a terra.
Quatro anos depois, o capitão Eric Hunt desapareceu no mar. Ele nunca foi encontrado.
Em 1997, uma nova espécie de celacanto foi encontrada no arquipélago de “Comoros” por Arnaz Erdmann e seu marido, um estudante de biologia marinha, o estudante de pós-graduação, Mark Erdmann, em sua viagem de lua de mel. Ele viu o celacanto em Sulawesi, de cor marrom, chamado pelos indonésios de rajah laut (“o rei do mar”), recebendo o nome científico de “Latimeria menadoensis”. Nas últimas sete décadas mais 309 indivíduos foram avistados. Espécimes foram encontrados na costa oriental Africana, chegando ao Quênia.
Os estudos estão apenas no começo, mas o mapeamento do genoma do celacanto tem o potencial para explicar como o primeiro peixe deixou os oceanos e deu origem a todos os vertebrados terrestres. Há um novo capítulo na história extraordinária de um peixe extraordinário. O genoma de uma das duas espécies vivas de celacantos foi sequenciado e mostra que este peixe com uma longa história continua a evoluir, mas muito lentamente, revela um artigo hoje na revista Nature.
Se isso acontecer, um dos maiores mistérios da história da evolução pode ser desvendado.
Infelizmente, atualmente, o celacanto é considerado pela “União Internacional para a Conservação da Natureza” (IUCN) “criticamente ameaçado”.
Novas descobertas apontam que o genoma do celacanto possui informações que podem ajudar a entender melhor a evolução dos tetrápodes.
“Os estudos estão apenas no começo, mas o mapeamento do genoma do celacanto tem o potencial para explicar como o primeiro peixe deixou os oceanos e deu origem a todos os vertebrados terrestres. Se isso acontecer, um dos maiores mistérios da história da evolução pode ser desvendado.”
“Chris Amemiya, do “Instituto de Investigação Benaroya”, em Seattle, diz que as novidades não acabam aqui: “É o início de muitas análises, em que o celacanto pode ensinar-nos sobre o aparecimento dos vertebrados terrestres.”