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CCZ volta a aceitar ajuda de voluntárias após denúncias de maus-tratos a animais

O grupo formado por mulheres denunciou que foi impedido de ajudar os animais do CCZ e que a decisão prejudicou cachorros e gatos que precisavam de socorro imediato e que passaram a sofrer maus-tratos por não receberem os cuidados devidos. Isso porque as voluntárias eram as responsáveis por atender esses casos

7 de outubro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Reprodução/Instagram/Amigos da Zoonoses

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do Distrito Federal voltou a aceitar a ajuda de voluntárias do Projeto Amigos da Zoonoses após denúncias de que a gerência do órgão estaria boicotando o grupo e submetendo os animais a maus-tratos.

Após as denúncias, as voluntárias se reuniram com o diretor da Zoonoses, Jadir Costa Filho, e a representante da Comissão de Proteção dos Animais da secional de Taguatinga da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ana Paula de Vasconcelos.

A reunião realizada para debater o caso levou a um acordo e as voluntárias puderam voltar a frequentar o CCZ como faziam antes das restrições impostas recentemente.

“O trabalho já foi retomado hoje (5/10) e uma portaria será assinada nos próximos dias para que o todos os envolvidos tenham segurança jurídica”, contou Ana Paula ao portal Metrópoles.

Relembre o caso

O grupo formado por mulheres denunciou que foi impedido de ajudar os animais do CCZ e que a decisão prejudicou cachorros e gatos que precisavam de socorro imediato e que passaram a sofrer maus-tratos por não receberem os cuidados devidos. Isso porque as voluntárias eram as responsáveis por atender esses casos.

Um vídeo (confira abaixo) mostra um cachorro atropelado que, segundo as voluntárias, não recebeu os cuidados emergenciais dos quais necessitava, e um gato sofrendo repetidas convulsões sem ser socorrido.

De acordo com as voluntárias, animais em estado grave eram rapidamente socorridos quando elas atuavam no CCZ. Além disso, o grupo também era responsável por ajudar nos cuidados diários com os cães e gatos.

Com as restrições, passou a ser necessário adotar o animal para ter autorização para retirá-lo do local. As voluntárias reclamaram que essa burocracia dificultava a celeridade no atendimento veterinário do qual os animais necessitavam. Foi o caso de Tigre, um cachorro que estava urinando sangue por sofrer de um quadro grave de anemia e que só pôde ser levado a uma clínica veterinária após os trâmites de adoção serem finalizados.

A nova gerência também teria proibido doações, inclusive de alimentos, e impedido que as voluntárias fizessem passeios e atividades para a socialização dos animais, que também ficaram sem banho de sol. O grupo também era responsável por garantir mais conforto aos cães e gatos, inclusive colocando colchões nas baias para que eles se aquecessem em noites frias.

Com o auxílio do grupo, que iniciou os trabalhos no CCZ há dois anos, mais de 600 animais foram doados em eventos de adoção realizados de julho de 2019 a julho de 2020, conforme informações repassadas pelo projeto ao portal Metrópoles.

Após as restrições, apenas uma voluntária do grupo composto por 18 mulheres ficou autorizada a entrar no CCZ, com limitação de permanência de apenas duas horas por dia. Aos finais de semana, a entrada foi proibida. Ao fazer a denúncia, o grupo argumentou que o tempo não era suficiente para garantir qualidade de vida aos cães e gatos.

As voluntárias afirmam que o boicote teve início em agosto, mês em que o servidor Lauricio Monteiro Cruz tornou-se gerente do CCZ. Cruz já havia ocupado o posto de diretor Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, mas foi exonerado após suposto envolvimento na compra superfaturada de vacinas.

Zoonoses divulga nota sobre o caso

O Centro de Zoonoses divulgou nota por meio da qual informou que as normativas internas estão sendo readequadas e que apenas os voluntários que já estavam cadastrados pela Secretaria de Saúde (SES) estão com acesso e atuando no serviço junto à Zoonoses. Confira na íntegra:

“O serviço nunca foi interrompido, como já foi informado anteriormente. O Serviço de Voluntariado é uma política da Secretaria de Saúde de Estado de Saúde. O processo de voluntariado no âmbito das ações da Gerência de Zoonoses precisa se adequar às normativas do fluxo correto que trata sobre o assunto. Por isso está passando pelas devidas adequações para que seja retomado tão logo possível dentro do que preconiza as portarias do voluntariado. Somente os voluntários que já estavam cadastrados pela SES estão tendo acesso e atuando no serviço junto à Zoonoses.

Compete à Gerência de Controle de Zoonoses o recolhimento de animais domésticos (cães e gatos) que possam oferecer risco à saúde da população, como disseminação de doenças. Não compete o recolhimento de animais em situação de rua sem vínculos zoonóticos. A Gerência de Zoonoses atua também em medidas preventivas e profiláticas, situações de vínculo epidemiológico e risco da Saúde Pública, tais como vacinação contra a raiva em cães e gatos, diagnósticos laboratorial de leishmaniose visceral ou raiva, além da identificação de espécies de importância em Saúde Pública.”

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