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CCZ de Piracicaba (SP) nega resgate à cão abandonado

17 de outubro de 2013
3 min. de leitura
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Por Vinicius Siqueira (da Redação)

O cachorro estava amedrontado e sem nenhum sinal de água ou comida por perto. (Foto: Del Rodrigues)
O cachorro estava amedrontado e sem nenhum sinal de água ou comida por perto. (Foto: Del Rodrigues)

Um casal foi surpreendido segunda-feira (14) enquanto andava pelas ruas da Vila Rezende em Piracicaba (SP) ao encontrarem um cão de porte médio amarrado pelo pescoço na avenida Mario Dedini. O cachorro, com uma corrente de metal presa ao pescoço, estava amedrontado e sem nenhum sinal de água ou comida por perto.

Antônio e Sônia Maria encontraram o cão durante uma caminhada pelo bairro e ligaram para o canil da cidade após darem um pouco de comida ao cão, mas ficaram perplexos pela resposta que receberam: de acordo com o canil, não era possível realizar resgate por não se tratar de uma situação de emergência, já que o cachorro não estava em risco de vida e nem era agressivo.

O casal contatou o Corpo de Bombeiros que, mesmo sem canil na sede, resgatou o animal. Ao tentar entrar em contato com o canil da cidade, o sargento Marcos disse que lhe deram duas opções, pegar o cão ou deixá-lo amarrado na rua. Os bombeiros deram água para o animal e, após ele se acalmar, o levaram para a sede do Corpo de Bombeiros. “Vamos levá-lo para a corporação, mas, lá não temos lugar para abrigá-lo”, disse Marcos.

“Eu fiquei indignado porque me disseram que não podiam fazer nada. Se eu quisesse poderia tirá-lo dali ou simplesmente abandoná-lo. Mas eles não são obrigados a cuidar dos animais? Qual o propósito do canil nesta cidade?” disse Antônio que, ao ver o a situação do cão, ligou imediatamente para o canil.

Denúncia

Após denúncia por omissão de socorro feita pelo casal, o canil aceitou o cachorro  na terça-feira (15), quando foi transferido do Corpo de Bombeiros para os cuidados do Centro de Controle de Zoonoses da cidade.

Ao chegar no CCZ, o animal teve amostras de sangue retiradas e recebeu tratamento preventivo para verminoses, carrapatos, e pulgas. Segundo o Grupo RAC, o cão permanecerá em observação para que se evite qualquer tipo de doença.

Duas protetoras da cidade, Mônica Faria e Malú Maciel, acionaram o Ministério Público em denúncia da omissão de cuidados do CCZ de Piracicaba. Foi pedido um Termo de Ajustamento de Conduta para estabelecer mudanças ao Centro. Segundo Mônica Faria, é inadmissível que o CCZ se recuse à recolher um animal por ele “parecer” sadio. Já o Centro alega que sua função se limita a recolher animais com suspeita de doenças epidemiológicas (como raiva) que possa ser transmitida a seres humanos.

“Só de olhar um animal na rua não temos como saber se ele está bem ou não. É necessário que sejam feitos exames para diagnosticar a sua saúde”, diz Mônica. De acordo com a protetora, a situação dos animais em Piracicaba é pior do que se pode imaginar, já que inúmeros animais são abandonados pelas ruas.

O CCZ da cidade diz que não há espaço para a alocação do animal, o que dificultou aceitá-lo fora das condições necessárias para o seu acionamento, entretanto, para Mônica é necessário estudar alternativas. “Eles não podem simplesmente fechar os olhos e cruzar os braços para uma denúncia como essa”, disse.

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