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CCZ de Três Lagoas (MS) sacrificou mais de três mil cães em 2010

11 de janeiro de 2011
3 min. de leitura
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Foto: Danilo Fiúza

Dados do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Três Lagoas, no MS, mostram que 3.523 cães foram recolhidos e sacrificados em 2010. Os números foram apresentados no último sábado (8) pelo veterinário Antonio Luiz Teixeira Empke, responsável pelo órgão.

Ele informou que 358 animais estavam infectados pela leishmaniose e 2.689 tinham sintomas da doença. O relatório mostra que 192 cães tinham outros tipos de doenças, 133 foram trazidos de municípios vizinhos e 201 vieram de clínicas particulares.

O combate a leishmaniose é, supostamente, um trabalho permanente no município e mobiliza os agentes de endemias. “Diariamente nossa equipe recolhe animais com suspeitas da doença e eles são trazidos aqui para a eutanásia”, relata Empke, explicando que os cães são mortos com uma injeção letal, depois de serem anestesiados – como se não houvesse a possibilidade do tratamento.

A leishmaniose é uma doença crônica que atinge principalmente cães e é transmissível ao homem, podendo ser fatal se não tratada. A transmissão ocorre por meio da picada do inseto flebótomo, conhecido como mosquito palha ou birigui.

No ano passado, o município registrou a morte de uma pessoa com a leishmaniose em Três Lagoas, mas de acordo com o setor de epidemiologia, o paciente contraiu a doença em outra cidade.

Segundo Antonio Luiz, os cães com suspeita de leishmaniose são recolhidos e ficam no canil provisoriamente.
O Centro de Zoonoses também realizou o sacrifício de 344 gatos recolhidos durante o ano de 2010.

O Brasil é o único país do mundo que mata animais com leishmaniose

A leishmaniose visceral canina tem tratamento, que pode ser feito utilizando-se diferentes drogas. As drogas para o tratamento da leishmaniose são muito baratas e podem ser, inclusive, manipuladas em farmácias.

Tratamento da doença

Para realizar a eutanásia em milhares de cães, o governo utiliza argumentos sem estudos comprobatórios, dizendo que um cão infectado por leishmaniose é um perigo para a sociedade. Vamos aos fatos reais:

• O Brasil é o único país do mundo que indica ou preconiza a eutanásia, pois em outros lugares do mundo onde existe a incidência de leishmaniose as pessoas podem, ou não, eutanasiar seus animais;

• O tratamento da leishmaniose existe tanto para pessoas como para animais, entretanto, é mais fácil exterminar um animal do que tratá-lo, isso segundo a concepção dominante, que acredita que a única espécie importante é a raça humana;

• A Organização Mundial da Saúde, apesar de apoiar a insanidade cometida pelo Brasil, também recomenda tratamento para alguns casos e também já se manifestou publicamente que o sacrifício de animais doentes não é a melhor saída para o controle de zoonoses – como é o caso da Raiva, na Indonésia -; então possui um posicionamento totalmente contraditório;

• Existem estudos já comprovados que mostram que um animal infectado em tratamento pode se tornar não transmissor da doença para o inseto (cura epidemiológica).

O tutor não é obrigado, de forma alguma, a entregar seu animal aos fiscais da saúde pública. Seu cão é sua responsabilidade. Nem mesmo um delegado de polícia pode ir a sua casa e exigir que você entregue seu animal. Para sua informação, um delegado ou um policial só podem entrar na sua casa com um mandado judicial ou com sua autorização. Se alguém (delegado ou fiscal da Saúde) te constranger, não deixe de anotar o nome da pessoa para formular uma ocorrência policial por abuso de autoridade e/ou constrangimento ilegal.

Para saber tudo sobre a leishmaniose canina, acesse aqui.

Com informações do Jornal do Povo de Três Lagoas

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