Marli Delucca
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Cavalos e outros animais de grande porte soltos nas ruas podem sofrer acidentes fatais. Por outro lado, animais de tração costumam sofrer incríveis abusos e maus-tratos por conta da ignorância ou maldade de seus tutores. Seja qual for o caso, no município de São Paulo existe a Lei municipal 10.309 (22-04-87) que determina o recolhimento desses animais pelo CCZ – Centro de Controle de Zoonoses .
No primeiro caso, basta notificar o CCZ, que este enviará caminhão de transportes para recolher o animal. Em caso de maus-tratos, é mais complicado: é necessário que alguém denuncie, que tome as providências policiais e/ou judiciais cabíveis e depois chame o CCZ.
Os animais recolhidos pelo CCZ lá permanecem por cinco dias úteis, aguardando um possível resgate, através de pagamento de multa. Vencido este prazo, são doados a uma instituição protetora de animais (quem vem se responsabilizando por isso é o Quintal de São Francisco).
Por meio de uma voluntária, os animais serão tratados e depois repassados para pessoas que tenham propriedades rurais (sítios, chácaras ou fazendas fora da área urbana do município), que assinem um termo de compromisso se responsabilizando pelo seu bem-estar. Uma espécie de “fiéis depositários”.
Assinale-se que esse trabalho vem sendo desenvolvido desde 1995, com o advento da Lei municipal 11.887(21-09-95), a qual impede o tráfego de animais na zona urbana do município de São Paulo. Ocorre que os animais, quase sempre cavalos, chegam às dependências da Prefeitura em péssimo estado: desnutridos, infestados de parasitas, doentes, feridos, exauridos, às vezes até mutilados! Fatos que todos nós, protetores e ambientalistas, tão bem conhecemos! Nessas situações, os cavalos irão precisar de trato, assistência médico-veterinária, alimentação. Serão, então, encaminhados a pessoas previamente selecionadas, que preencham os quesitos necessários para cuidar do animal.
Lista de cavalos que estão para adoção nesta semana (muda constantemente)
Nº 93- Macho castanho, idoso e muito dócil.
Nº 94 – fêmea castanha, jovem (potra), baixinha.
Nº 97 – macho tordilho (branco salpicado de cinza).
Nº 96 – macho castanho, jovem, com um problema na pata anterior direita.
Nº 99 – macho castanho, jovem, magro, mas pela sua constituição física pode-se dizer que vai ficar lindo!
Nº 80 – fêmea castanha com mancha branca no focinho. É mãe da potra castanho-clara.
Nº 81 – A mãe está prenhe. Mãe e filha são inseparáveis.
Nº 95 – Fêmea castanha, jovem (potra). É o caso mais problemático no momento, pois tem uma pata posterior totalmente defeituosa (foi fraturada e consolidada de maneira imprópria) e quadril deslocado. Muito dócil, precisa de carinho e um espaço que tenha sempre gente por perto, não pode ficar solta no campo, pois, se cair não pode levantar-se sem ajuda. É preciso uma pessoa muito sensível para querer este bicho (ela é linda!).
Nº98 – Macho tordilho, com ferimento no pescoço que está sendo tratado. Jovem.
Nº92 – Fêmea tordilha, jovem, dócil. Chegou ao CCZ em péssimas condições. Está sendo tratada, fizeram-na levantar.
Pessoal, estes são os casos que temos hoje. Há um bando aguardando resgate que, se não acontecer em tempo hábil, virá para nossas mãos. Quando saí de lá, o caminhão estava chegando com mais cavalos. Precisamos de ajuda urgente!
Se você tem um espaço rural, disponibilidade para adotar, responsabilidade e sensibilidade o bastante para cuidar bem de um animal sofrido como os cavalos do CCZ de São Paulo, favor entrar em contato.
Sônia Fonseca (11) 9299-3053 – [email protected]
Cynthia Fonseca (11) 9617-1853 – São Paulo, SP
Pedido: é nesta fase que eu venho recorrer a vocês, que nos ajudem a procurar tutores responsáveis, que tenham um espaço rural e que possam receber um ou mais cavalos. Quero ressaltar que este trabalho constitui uma atividade dinâmica, constante, no CCZ. Não tem fim: embarcam-se cavalos, outros estão chegando. Quando o animal é bonito, muita gente quer; os mais feinhos, defeituosos, ficam sobrando. É triste lembrarmos que as baias são poucas, o espaço é pequeno e que as dificuldades na manutenção dos animais são muitas. Mais: existem os chamados “amadrinhados”, dupla de cavalos (às vezes mais que uma dupla, pode ser mãe e filho) que vieram de uma mesma origem, têm vínculos, uma relação de dependência em que um não vive sem o outro.
Nós, protetores, temos sensibilidade para saber que não podemos separá-los; quem levar um vai ter que levar o outro também, mas isso nem sempre acontece, precisamos segurar a situação!
A situação dos cavalos de rua
Doentes, abandonados, quase sempre famintos. Essas são as condições em que são recolhidos das ruas de São Paulo pelo CCZ, sendo a média de dois por dia. Antes do trabalho da Cynthia, a maioria desses animais era simplesmente morta, pois não havia como abrigar tantos cavalos. Depois de muita luta, a ONG Anjos dos Cavalos, conduzida por ela, conseguiu reverter a situação com a permissão para usar parte das instalações para recuperar a saúde desses animais.
Maus-tratos
Por incrível que pareça, a situação dos cavalos que tem tutores é ainda pior do que a daqueles que vivem abandonados. Os tutores fazem os animais trabalharem todo o dia e às vezes ainda os alugam para outro carroceiro à noite. A maioria não tem a alimentação apropriada, deveria comer cerca de cinco quilos de ração e, pelo menos, meio fardo de feno por dia, coisa que não acontece. Os carroceiros ainda os espancam com chicotes, muitas vezes atingindo os olhos dos animais e provocando cegueira. Outros ainda andam com as patas machucadas pelo uso de ferraduras velhas e gastas.
Como a lei proíbe a circulação de carroças nas ruas e avenidas de São Paulo, os carroceiros, quando denunciados, têm seu cavalo recolhido pelo CCZ. Para sorte do cavalo, o tutor só tem cinco dias úteis para reclamar o animal, e mesmo assim o custo para retirada deste é de R$ 1.500,00, dinheiro que normalmente o carroceiro não paga, mesmo porque não compensa já que a compra de outro cavalo não passa de R$ 200,00. Assim, o cavalo recolhido vai passar por todo um processo de recuperação e depois a doação para alguém responsável e não mais para trabalho nas ruas.
Por isso mesmo, a ONG Anjos dos Cavalos deve ser o terror dos carroceiros. Muitos destes vivem da cata de papelão e outros materiais pelas ruas e veem nesse trabalho seu único meio de subsistência. Essas pessoas não tem a menor capacidade de entendimento com relação aos animais e por isso mesmo é que não se preocupam por eles.
Passos para recolha do animal:
1. O CCZ recebe denúncias pelos telefones: 0/xx/11 6224-5540 ou 5567 e pelo número 156.
2. A equipe de Rua do CCZ sai para recolha do animal que é levado à sede do centro por cinco dias, quando faz exame de anemia infecciosa. Se der positivo, é sacrificado. Se der negativo, é entregue a uma ONG, que irá busca um novo abrigo para o bicho.
3. O novo tutor assina um termo de compromisso, no qual reconhece que não tem a posse do cavalo e, portanto, não pode vendê-lo ou trocá-lo. Deve aceitar receber visitas supervisionadas.
Obedecendo ao disposto na legislação em vigor, as pessoas interessadas em adotar um animal de grande porte na cidade de São Paulo (equinos em sua maioria) devem atender alguns pré-requisitos exigidos por lei, tais como:
Estarem cientes de que não serão proprietárias, mas sim depositárias fiéis do animal “adotado”, não podendo vendê-lo, “doá-lo”, utilizá-lo em trabalho, fazê-lo procriar com fins econômicos, sendo permitido somente montaria para uso próprio ou de seu familiares.
Concordarem com a “aposentadoria permanente” do animal adotado, independente do seu sexo, raça, tamanho, idade e condições de saúde.
Deverão possuir propriedade rural, sendo obrigatória a apresentação de escritura definitiva do imóvel em que o animal permanecerá, dentre outros documentos exigidos.
Comunicarem de imediato à coordenação do PAC – Projeto Anjo dos Cavalos qualquer problema que afete o animal (mudança de endereço, venda da propriedade, falecimento de seu depositário fiel, impossibilidade de continuar com o animal etc.).
Fazemos uma triagem muito criteriosa dos cadastros preenchidos no CCZ-SP, pois buscamos sempre o perfil do depositário fiel mais adequado para cada animal, objetivando pleno êxito na “adoção” e a melhor opção de vida e bem-estar para cada animal.
Se você tiver interesse em adotar um animal, dirija-se ao CCZ-SP, preencha uma ficha cadastral e receba todas as informações necessárias (exigências legais, documentação, valores de taxas, entre outras), bem como conheça todos os animais que esperam por um novo lar e uma vida digna em meio à natureza.