Uma operação deflagrada pelo Ministério Público do RS prendeu seis pessoas por envolvimento no esquema de morte e venda ilegal da carne de cavalos em Caxias do Sul. Foram identificados 17 restaurantes na cidade que eram beneficiados pela comercialização da carne dos animais.
O promotor do caso Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, em entrevista para os jornais locais, disse que “mesmo sem saber que compravam carne de cavalo, os estabelecimentos sabiam que o produto era irregular, porque é proibido comprar produtos de origem animal sem o selo de inspeção dos órgãos responsáveis”, explica.
O fiscal pecuário Willian Smiderle contou em depoimento para o G1, que havia o recebimento de animais sem origem definida, no local onde eram realizadas as mortes. “Os cavalos eram mortos, depois a carne era fracionada e eram feitos cortes para a entrega nos restaurantes da cidade”.
Duas hamburguerias foram autuadas na operação. Perícias realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) voltado para a segurança alimentar, confirmou a presença do DNA de cavalos nas comidas que estavam sendo preparadas nos estabelecimentos.
Toda semana cerca de 800 quilos de carne de cavalo eram distribuídos nas lanchonetes do município, que, para tentar despistar os consumidores ,misturavam a carne com carcaças de porcos e perus.
Os responsáveis pelas mortes adquiriam os animais por cerca de $100 a $200 de carroceiros e demais pessoas que exploravam os cavalos em outras atividades. “O abate clandestino é crime e coloca em risco a saúde pública”, destaca o Ministério da Agricultura sobre o caso.
No Brasil a criação de cavalos para o consumo é permitida contanto que sejam feitas com as devidas fiscalizações pelos órgãos responsáveis. Apesar de culturalmente o brasileiro não comer esses animais, no país existe muitas criações voltadas para a exportação para a Ásia e a Europa.
Nota da Redação: como nós, os animais nasceram para viver livremente. Manter um animal encarcerado é um dos crimes mais cruéis do ponto de vista ético. Infelizmente as nossas leis ainda permitem que algumas espécies de mamíferos e outros animais sejam exploradas para o consumo e comércio alimentício. Não podemos mais aceitar calados este tipo de prática como também todas as outras que tratam os animais apenas como ‘iguaria’ ou mercadoria. As leis precisam avançar e proibir qualquer forma de criação de mamíferos, peixes e aves para o consumo humano.