Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
A festa de Santo Antônio, padroeiro dos animais domesticados, é celebrada em uma aldeia espanhola com o paradoxal abuso de cavalos, que são obrigados a saltar por fogueiras gigantescas.
Todos os anos, na noite de 17 de janeiro, cavalos são conduzidos por enormes chamas e nuvens de fumaça nas ruas da vila de San Bartolomé de los Pinares, a cerca de 100 quilômetros a noroeste de Madri.
Acredita-se que a tradição anual conhecida como Las Luminarias purifica os cavalos e os prepara para o próximo ano. Alguns dizem que a celebração ocorre há cinco séculos quando os rituais católicos romanos usavam fumaça para realizar a purificação.
A vila mantém o festival vivo com intensidade religiosa e orgulho inabalável, defendendo-se das críticas de grupos de direitos animais.
“Não há lógica em forçar estes animais a uma situação estressante contra a sua própria natureza. No meio do século XXI, isto é algo de uma época passada. Nenhuma superstição ou crença justifica um ato de tamanha crueldade “, diz Juan Ignacio Codina, do Observatório de Justiça e Defesa Animal.
No entanto, o governo regional de Castela e Leão alega que os veterinários enviados pelas autoridades não encontraram quaisquer lesões nos cavalos usados nas fogueiras. “Não há uma queimadura, nem mesmo um cavalo ferido”, afirma a prefeita, Maria Jesus Martin, que insiste que nenhum cavalo é forçado a saltar sobre as chamas.
“Ouvir os insultos me deixa enraivecida, aqueles que falam não sabem nada sobre a tradição. Eles nos chamam de teimosos e disseram abertamente nas mídias sociais para me jogar, a prefeita, na fogueira”, acrescenta.
Alguns moradores da aldeia de 600 pessoas defendem que seria melhor voltar a uma versão mais moderada do festival. De acordo com eles, ramos de pinheiros e arbustos para as fogueiras costumavam chegar em pequenas quantidades nas costas dos animais, mas agora o combustível é transportado por caminhões, as fogueiras são muito maiores e a fumaça mais grossa.
Algumas pessoas também pressionam pelo fim dos saltos dos animais sobre as fogueiras, já que a tradição original dizia purificar os animais apenas andando e não sobre chamas, informou o International Business Times.