Cavalos foram forçados a atravessar um arco com fogo nesta sexta-feira (10) durante a abertura da Expointer, em Esteio, no Rio Grande do Sul. Considerada a maior feira agropecuária da América Latina, o evento explora animais ao tratá-los como mercadorias passíveis de serem comercializadas e mortas para consumo humano. A prova da qual os animais foram obrigados a participar, sob o risco de sofrerem graves queimaduras, foi realizada para entreter os visitantes do evento, incluindo o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), que não se pronunciou sobre a crueldade imposta aos cavalos.
A prova revoltou internautas, que se pronunciaram nas redes sociais após uma foto de um cavalo saltando de um arco com fogo ser publicada no Instagram do Governo do Rio Grande do Sul. Após as críticas, a foto foi retirada da página. “Com essa foto espetacular marcamos o início da Cerimônia de Abertura da 44ª Expointer”, dizia a legenda da publicação, que recebeu muitos comentários de internautas indignados.
“Acham normal a crueldade animal? O próprio governo, que deveria dar o exemplo bom, está achando normal fazer crueldade com animais”, escreveu um internauta. “Crueldade aos animais agora é espetáculo? Deixem os animais em paz”, afirmou outro. Nos comentários, há ainda apelos para que se coloque fim a tradições cruéis, já que explorar cavalos em espetáculos que os condenam a sofrimento é tradição de parte do povo gaúcho.
Repúdio à crueldade animal
Ao tomar conhecimento do caso, o Grupo de Pesquisas em Direitos Animais da Universidade Federal de Santa Maria (GPDA/UFSM) posicionou-se contra a prova e reforçou que um vídeo (confira abaixo) mostra que alguns animais estão assustados e com medo do círculo de fogo.
“Como se não bastasse a própria natureza do evento que impõe aos animais não humanos um tratamento desumano perante sua comercialização e tratamento como se coisa fossem, fomos surpreendidos com o vídeo que mostra cavalos saltando entre um círculo de fogo! Nesse vídeo é possível perceber que alguns animais estão assustados, visivelmente com medo e desistem de pular, enquanto outros saltam sob o risco iminente de acidentes gravíssimos”, afirmou o GPDA.
Uma profissional que atua em parceria com a Polícia Militar e que preferiu não ser identificada informou à ANDA que a submissão de cavalos a provas envolvendo arcos com fogo faz parte do treinamento de cavalaria do Exército e da Polícia Militar. Até a publicação desta reportagem, não conseguimos confirmar essa afirmação.
Confira o vídeo: