A cidade de Recife (PE) amanheceu nesta segunda-feira (18/08), com protestos de carroceiros que insistem em manter a tração animal, atividade já proibida pela Lei Municipal nº 17.918/2013. Mais de uma década após a aprovação da norma, a lentidão na sua implementação tem prolongado a exploração de cavalos e burros, submetidos diariamente a sofrimento e riscos.
Durante as manifestações, os animais foram expostos a situações de extremo perigo, cercados por chamas e fumaça tóxica de pneus queimados, além do estresse provocado pela gritaria e pela confusão generalizada.
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Em nota pública, o Fórum Estadual de Bem-Estar e Defesa Animal (Febema) condenou o descaso do poder público e cobrou o cumprimento imediato da lei. A entidade destacou que a morosidade dos órgãos responsáveis em fiscalizar e garantir a aplicação da legislação perpetua a exploração e a violência contra animais, que seguem ocorrendo de forma impune.
“A lei existe, mas não basta estar no papel. É urgente a sua aplicação integral, com políticas de transição justas para os carroceiros, mas, sobretudo, com prioridade absoluta na proteção da vida animal e no cumprimento da legislação vigente”, afirmou a organização em publicação no Instagram.
A vida dos animais não pode ser tratada como moeda de negociação. Recife precisa avançar e superar práticas arcaicas que insistem em reduzir cavalos e burros a instrumentos de trabalho, ignorando seu direito básico à dignidade e à liberdade.