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Cavalos que eram torturados por carroceiro recebem cuidados, em Uberaba (MG)

14 de dezembro de 2010
3 min. de leitura
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Os dois cavalos apreendidos pela Polícia Militar no dia 22 de outubro, em piquete localizado no bairro Jardim Primavera, em Uberaba, MG, passam por tratamento veterinário em chácara isolada. “Quando os vimos pela primeira vez, eles apresentavam ferimentos graves por todo o corpo inclusive na região dos olhos e um, inclusive, teve pregos afixados em seus cascos como uma forma de garantir sustentação e, ao mesmo tempo, causar dor e sofrimento ao animal”, relata a presidente da Sociedade Uberabense de Proteção aos Animais (Supra), Denise de Stefani Max.

Carroceiro teve dois cavalos apreendidos por maus-tratos . (Foto: Reprodução/Jornal de Uberaba)

Segundo o tutor dos cavalos, o carroceiro Alípio Herculano da Silva, os animais não estavam sendo destratados. “Eles tinham sim ferimentos nas pernas, mas que foram causados por mordidas de cachorro quando eu não estava perto. Não posso ficar sem meus animais, pois eles são minha fonte de renda”, justifica o explorador.

Após serem apreendidos pela Polícia Militar, os animais foram encaminhados ao Horto Municipal e examinados por dois médicos veterinários Farley Gomides Torres e Leandro Gianvecchio Manhezzo. De acordo com o laudo, os cavalos estão velhos, com 23 anos aproximadamente, desnutridos, cheios de vermes, magros, caquéticos, anêmicos, sedentos, apáticos, com lesões oculares, cascos infeccionados, parasitose e necrose tecidual no peito.
“No boletim de ocorrência realizado pela Polícia Militar também consta o registro de maus-tratos”.

Conforme a presidente da Supra, os cavalos não têm as mínimas condições de trabalhar. “Como uma pessoa consciente pode afirmar que animais em estado de saúde crítico são a sua fonte de renda. Então quer dizer que para ele ganhar dinheiro, continuará esmerando os coitadinhos até a morte”.

Denise Max conta ainda, que o tutor passou óleo queimado nos olhos dos animais, e que eles estavam servindo ao tutor sem enxergar nada. “É um verdadeiro absurdo o que esses animais estavam passando. Quando os vi, assim que foram presos pela PM, quase desmaiei. Não tem quem não se emocione com tremenda desumanidade. “Como se não fosse o bastante, o tutor dos cavalos descobriu o local para onde levamos os animais para um tratamento especial e está tentando roubá-los. “É o cúmulo da ignorância, da desumanidade e da falta de discernimento”, conclui.

Polícia Ambiental

Os animais foram apreendidos e encaminhados ao Horto Municipal e, posteriormente, levados a uma chácara isolada para tratamento especializado, amparados pela Lei Federal de n° 9.605, de 1998, art. 29.

Segundo o capitão da 5ª Companhia de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário, José Luiz da Costa, o senhor Alípio Herculano da Silva poderia ter sido preso em flagrante pela PM, se a presidente da Sociedade Uberabense de Proteção aos Animais tivesse representado. “Maus-tratos contra animais fazem parte dos crimes ambientais e o agressor pode pegar de 3 meses a 1 ano de prisão, podendo a pena ser estendida a mais meio ano, de acordo com a gravidade do caso”, explica capitão Costa.

O PM esclarece que em ocorrências de maus-tratos, o acusado deve ser conduzido ao delegado, registrando o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). “Entretanto deve responder o processo em liberdade, mas se deixar de comparecer a sequer um ato judicial do processo movido contra ele receberá o mandado de prisão. “O agressor pode ainda receber multa do Ibama que pode ser aplicada no valor de R$ 500,00 por animal.

Para denúncias, as pessoas podem entrar em contato com a Polícia Ambiental através do telefone 198 ou 3317-8900. A 5ª Companhia de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário, responsável por esses crimes, está localizada na praça Magalhães Pinto, ao lado do Colégio Tiradentes.

Absurdo

O tutor ainda tem a esperança de que seus cavalos voltem para casa. “Eu preciso deles, senão, como vou fazer para sobreviver”, finaliza o infeliz agressor Alípio Herculano da Silva.

Com informações do Jornal de Uberaba

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