Nesse domingo (13), um grave acidente envolvendo cavalos de corrida aconteceu no hipódromo de Hong Kong, deixando três jóqueis hospitalizados e provocando a morte de dois animais que se feriram gravemente.
A velocidade mais rápida que um cavalo de corrida conseguiu atingir foram 70,76 quilômetros por hora. As vias urbanas da cidade de São Paulo, por exemplo, permitem que os carros transitem a até 50 km/h. A partir dessa comparação, é possível perceber o quão cruel essa atividade pode ser para os animais, provocando danos irreversíveis na saúde dos cavalos e obrigando-os a correr em alta velocidade com uma pessoa de 70 quilos montada em suas costas.
Acidentes como o ocorrido no hipódromo de Sha Tin são registrados de tempos em tempos e sempre vêm acompanhados da informação que o cavalo morreu. Nessa prática, o protagonista é sempre o primeiro a ter sua vida ceifada, pois qualquer tipo de tratamento para recuperar os animais, não geram retorno para os apostadores e equipes de corrida, que preferem treinar um novo animal do que salvar aquela vida que já foi dedicada ao esporte.
A série televisiva ‘Luck’ tentou recriar o cenário do funcionamento de um hipódromo, e mesmo na ficção dois cavalos se acidentaram e foram mortos. Após o ocorrido, entidades de proteção animal e ativistas se reuniram para boicotar a série, que teve de ser encerrada devido à pressão social causada pelas organizações.
O trágico acidente desse final de semana, ocorreu durante a realização da Corrida de Hong Kong do Grupo 1. O cavalo Amazing Star do jóquei Lyle Hewitson, que estava entre os líderes da competição, se desequilibrou enquanto corria em alta velocidade e foi atropelado pelos adversários que vinham logo atrás, causando um efeito dominó.
Andrew Harding, diretor executivo do Jockey Club de Hong Kong, contou ao TMZ Sports que os três homens feridos foram encaminhados para o hospital Prince of Wale, onde receberam os primeiros socorros. O sul-africano Hewitson fraturou o quadril e teve hemorragia cerebral, enquanto Zac Purton, tetracampeão da prova, fraturou quatro costelas, um pulso e o nariz, e o japonês Yuichi Fukunaga, quebrou a clavícula.
Para os animais a situação foi muito mais comovente. Amazing Star e Naboo Attack tiveram como recompensa pelos treinos exaustivos e uma vida de exploração, a morte. Como os ferimentos dos animais eram graves, foi muito mais lucrativo matá-los do que tratá-los e transferi-los para um santuário.
A corrida continuou mesmo após a ocorrência e o cavalo Sky Field e o jóquei australiano Blake Shinn levaram o troféu. Blake declarou após a premiação, que seu título tinha um sabor ‘agridoce’. “Tenho emoções confusas por vencer esta corrida de hoje. Obviamente, a primeira emoção é que meus sentimentos estão com os jóqueis e cavalos caídos na pista. É uma vitória verdadeiramente agridoce e, de certa forma, é uma vitória difícil de aceitar nestas circunstâncias”, finalizou o competidor.
Nota da Redação: a medida mais benéfica para os animais seria acabar com esportes como as corridas de cavalo, que são praticadas em todo o mundo. Entidades esportivas sérias não deveriam incentivar ou patrocinar esse tipo de exploração cruel contra os animais, assim como a comunidade civil que prestigia esses eventos desajustados. O acidente ocorrido no hipódromo de Hong Kong evidencia o caráter nocivo dessa atividade antiesportiva.