O Vira-Lata recebeu uma denúncia de mau-tratos a um cavalo que, mesmo com um tumor na boca, era obrigado a trabalhar. O “responsável” pelo cavalo, Sr. José Gumercindo, é um dos 20 carroceiros cadastrados pela Prefeitura de Volta Redonda (RJ), que participa do Projeto Bota Fora, no bairro Sessenta.

O Projeto Bota Fora acontece em um terreno onde os carroceiros jogam todo tipo de entulho recolhido, mas que também serve como ponto de parada para seus cavalos. Assim como este cavalo, batizado pelo Vira-Lata de Dominique, muitos outros continuam trabalhando sem condições básicas de sobrevivência. Os animais não têm abrigo de chuva, sol e frio, e raros são os animais que comem ração e têm ferraduras. São soltos em vias públicas, correndo o risco de serem atropelados e colocam em perigo motoristas desavisados.

Com fome, à procura de pasto, reviram lixos pela cidade. No dia 29 de março, o Vira-Lata ingressou com uma representação, no Ministério Público, questionando o Projeto Bota Fora. Entre as providências solicitadas, questionamos os registros dos cavalos na Prefeitura Municipal de Volta Redonda, a capacitação dos carroceiros acerca do tratamento dado aos animais; como descanso, alimentação, horas de trabalho diário, peso máximo de carga; assim como, as condições básicas para o trabalho com os cavalos, como área coberta, energia elétrica, água, baias, cocho e pasto.

A realização, frequente, de exames de sangue nos cavalos, a vacinação e a castração, também foram citadas na representação. Além da solicitações em relação aos cavalos, pedimos providencias quanto à limpeza do local, ao recolhimento do lixo, à castração dos cães que vivem ali e à retirada dos porcos e galinhas, do terreno. Até o momento, o Prefeito Antônio Francisco Neto não se posicionou.

Na semana passada, no dia 16 de junho, o Vira-Lata fez uma denúncia formal, na 93a DP, de maus-tratos ao cavalo Dominique. O delegado adjunto Dr. Márcio Leandro Figueroa, solicitou imediata verificação. Diante do quadro, o inspetor responsável pelo caso, fez a apreensão do animal. Após exames, foi constatado um carcinoma e anemia. Dominique está em um lar provisório e está recebendo cuidados veterinários.

Gumercindo, o Carroceiro “responsável” por Dominique, responderá pelo crime de maus-tratos. Agradecemos imensamente o carinho e apoio que sempre recebemos de todos e a boa vontade e disponiblidade daqueles que nos atenderam prontamente no caso Dominique: Dr. Márcio Figueroa e ao Inspetor Tayrone Macedo, Dr. Alfredo Peixoto – SEMEVET, Prof. Dr. Carlos Henrique – UFRJ – Regno Animale, CIRAC, Fazenda São Lucas, Agropecuária Beija Flor, Sra Eliete, Kika Monteiro e a equipe do Jornal Volta Cultural. Logo informaremos, com mais detalhes, a situação de Dominique e começaremos uma campanha para ajudar em sua reabilitação.