Por Marielle Motta
Há três dias, moradores da rua Vitor Meirelles, no bairro Jardim Eldorado, em Palhoça, SC, tentam ajudar um cavalo doente. O animal está caído e agonizando em um pasto. Ele fica embaixo do sol o dia inteiro e não consegue se levantar. Os tutores do animal são carroceiros e não têm dinheiro para a consulta e o tratamento veterinário.
Valdir Marcolino mora em frente ao terreno onde o animal está caído. Ele lembra ter visto alguém colocando veneno no espaço para diminuir o crescimento do mato. “O cavalo deve ter comido e ficou doente”, acredita. Marcolino diz que os vizinhos o ajudam a alimentar a hidratar o animal, que já não consegue nem mais levantar a cabeça.
“O bicho está com o lado da cabeça esfolado de tanto roçar na grama”, ressalta Marcolino. Ele conta que, na quinta-feira (1) à noite, a crina do animal ficou presa no arame farpado. “Ainda bem que consegui cortar, senão ele teria morrido”, recorda.
O cavalo é de Rosenir Bordinhol. Ela e o marido exploravam o animal para puxar uma carroça. “Ele está conosco há nove anos, sempre cuidei bem dele. Fui à agropecuária, comprei soro e remédio, mas não tenho mais dinheiro”, afirma. Ela relata que pediu ajuda à Prefeitura da Palhoça, mas disseram que nada poderiam fazer.
Na tentativa de ajudar o animal, Maiara Ferreira também tentou contato com o Centro de Zoonoses de Florianópolis, mas não obteve sucesso. “Fui atrás de um veterinário, mas ele disse que não poderia fazer nada”, lembra. Quem quiser ajudar o animal, pode entrar em contato com a Rosenir no telefone (48) 3344-2128 ou com Vilmar (48) 3344-1037.
O município de Palhoça não possui Centro de Zoonoses e a Vigilância Sanitária responde sobre o assunto, mas a reportagem não conseguiu contato com o responsável. A Polícia Militar foi acionada, mas nada pode fazer.
Fonte: ND Online
Nota da Redação: O estado lastimável desse animal é consequência da exploração e do descaso. Cavalos não nasceram para puxar ou levar o peso humano, nasceram para serem livres, vivendo na natureza. Obrigar um animal a puxar carroça é uma grande violência de efeitos físicos e morais muitas vezes irreversíveis. Mas resta, ainda, a esse animal humilhado, cansado e sofrido, uma gota de esperança íntima – por isso ele ainda espera por alguma ajuda. Será possível que alguma autoridade se manifeste?